Nesta entrevista, a enfermeira garantiu ainda que nunca desconfiou da relação do filho com Carlos Castro, uma vez que a orientação sexual de Renato sempre esteve bem definida e o facto do cronista social ser homossexual não a preocupou. Além disso, Carlos Castro sempre fez questão de a tranquilizar. "O Carlos queria sempre falar comigo para me dar tranquilidade. E o Renato ligava-me sempre, estivesse onde estivesse, fosse a que horas fosse", diz Odília Pereirinha, depois que recordar que foi ela quem levou o filho ao primeiro encontro com o cronista social e que este lhe prometeu ajuda para ter sucesso no mundo da moda.
Das conversas sobre as viagens de Renato com Carlos Castro, a Londres e Madrid, a enfermeira recorda apenas que o filho as definia como "uma vida de muita luxúria" e que lhe contava que "o Carlos tinha máxima concentração nele, não lhe dava espaço".
Já sobre as últimas vezes em que falou com o filho antes do crime, Odília Pereirinha garante que o sentiu muito perturbado, razão pela qual lhe marcou a viagem de regresso a Portugal. "Nesse mesmo dia à tarde, ligou-me de outro número, que não era do Carlos Castro, e eu atendi. Senti que era um pedido de socorro, notei pela voz dele", afirma, antes de relembrar as palavras do manequim: "Não te esqueças que te amo muito, quero ir para Portugal, só junto de ti é que estou em segurança".
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.