Casados há quase quatro anos,
Nuno Santos e
Andreia Vale recusam ceder à rotina na relação ou deixar que esta fracasse face à pressão profissional. Aproveitam, por isso, cada oportunidade para namorar, nem que sejam apenas dois ou três dias como aconteceu recentemente, quando o diretor de programas da SIC regressava de Miami, onde esteve em trabalho, e aproveitou para fazer uma escala em Nova Iorque. A jornalista teve de esperar várias horas para conseguir embarcar rumo aos Estados Unidos, onde as tempestades de neve dificultavam a vida aos pilotos, mas acabou por ser bem-sucedida. A CARAS esteve com os dois e testemunhou a felicidade que partilham, tanto quanto o entusiasmo com que, a cada passo, falam dos filhos:
Afonso, de sete anos, filho de um anterior relacionamento de Andreia, e
Pedro, de dois anos e meio, deste casamento. Afinal, gostam de ter tempo para os dois, mas não resistem a comentar o quanto seria bom
"que o Pedro visse isto" ou
"o Afonso experimentasse aquilo".
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– Sei que são ambos fãs desta cidade…
Andreia Vale – Gostar de Nova Iorque não é difícil. Só trocava Lisboa por Nova Iorque ou Rio de Janeiro. Sentir que por uns dias estamos como que no centro do mundo é sempre bom.
Nuno Santos – Eu também adoro a cidade e gosto de vir assim, três ou quatro dias, sem agenda cultural ou de espetáculos. Gostamos de vir pelo puro prazer de passear e gozar a cidade.
– Estar na cidade nesta altura do ano, cheia de neve, apela ao romantismo…
Andreia – Para quem mora em Portugal, numa grande cidade como Lisboa onde não neva, sinceramente, ver Central Park coberto de neve só me dá vontade de me atirar para cima da neve e brincar, fazer bolas… Mas isso sou eu, que, apesar de crescida, tenho sempre uma criança reguila dentro de mim!
Nuno – …eis uma declaração de grande romantismo [risos]. Bom, na verdade o amor não deve ser uma coisa muito séria! A cidade está linda e como em qualquer história, o ‘cenário’ é importante. As declarações de amor fazem-se em privado… [risos]
– Sabe bem conseguir passar alguns dias a namorar, sem as crianças ou o stresse de Lisboa, por perto? São importantes estes momentos para manter a harmonia no casamento?
– Sabe, sabe muito bem. Traz ânimo.
Andreia – São uma lufada de ar fresco, servem para não pensar tanto em trabalho e nos problemas de todos os dias.
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– Com quem ficam o Pedro e o Afonso quando não estão em Lisboa? Custa-vos deixá-los?
– A mim custa-me absolutamente… zero. Sou uma mãe completamente descontraída, mas não deixo de ter saudades, claro. Os miúdos ficam com familiares e adoram.
Nuno – Eu gosto da relação de proximidade, da relação física com eles, mas também procuro ver isto com a maior descontração. O importante é ter um ponto de equilíbrio e isso conseguimos desde o primeiro momento. Há um lado que tem a ver com a nossa reflexão e outro que, acho, é intuitivo. Até agora tem corrido muito bem. Por exemplo, demos connosco a pensar que o Afonso gostaria imenso de estar aqui, está numa idade em que Nova Iorque já tem um grande apelo, mas espero que não faltem oportunidades para ele vir.
– Como tem sido assistir ao crescimento do Pedro? Com o passar dos anos aumenta a responsabilidade e a exigência na sua educação?
– A educação duma criança é mesmo o maior e o mais estimulante dos desafios. Há regras, há princípios, há aquilo que são as nossas convicções, mas não existem fórmulas infalíveis. Basta olhar para tantos exemplos à nossa volta. Recentemente, estivemos a escolher a escola do Pedro, medimos tudo e ficámos convencidos, mas sabemos que não controlamos todos os fatores. Também não fazemos disso um drama, pois as crianças precisam de espaço e de liberdade, ou seja, não devem crescer antes do tempo…
Andreia – Eu estou a repetir a maternidade, mas é sempre uma delícia ver os nossos filhos a crescerem. No caso do Pedro, porque tem seis anos de diferença do irmão, noto muitas novidades na evolução dele. A título de exemplo, posso referir que o contacto dele com as novas tecnologias é impressionante… o
"aipedo" (Ipad) é um objeto sobre o qual tem domínio quase absoluto! Nos tempos que correm, e por causa das idades, a única coisa que me angustia é se terão saúde. Sobre a educação, sei que não sou, nem quero ser, uma mãe perfeita. Faço o melhor que sei e vou aprendendo pelo caminho. Sobre os dois, o que mais gosto é a relação entre eles, dá gosto ver! O Afonso adora o irmão e sofre imenso porque o mais novo não deixa que o agarrem para lhe dar beijinhos. [risos]
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– Com as profissões que têm, impõe-se adotar uma metodologia de vida mais regrada? Como fazem no dia-a-dia para prestar a atenção necessária à família?
– Temos as nossas falhas, mas uma boa agenda ajuda a estabelecer regras. Há compromissos e atividades com os miúdos que fazemos questão de cumprir, não interessa como.
Nuno – Por exemplo, o meu momento favorito da semana é ir com o Pedro, ao sábado, à natação. E de facto é isso, é sentirmos que eles são a nossa prioridade.
– É fácil manterem o distanciamento quando trabalham no mesmo edifício e convivem quase 24 sobre 24 horas?
Andreia – O edifício é de facto o mesmo, mas passam-se dias que não vejo o Nuno lá dentro. Os nossos trabalhos nada têm a ver um com o outro.
Nuno – Eu acrescento que não fazendo um esforço para não nos cruzarmos também não fazemos um esforço para estarmos juntos. Por vezes vamos tomar café ou almoçamos, mas é muito raro. Ali cada um tem a sua tarefa e a sua missão e isso é que está certo.
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– Por outro lado, ajudará estarem ao corrente daquilo que é o trabalho de cada um. Sentem-se mais apoiados, sobretudo nos momentos mais complicados em termos profissionais?
Andreia – Desabafamos, óbvio.
Nuno – Sim, mas naquilo que tem a ver com cada um de nós, com as alegrias ou angústias. Posso, aliás, fazer uma revelação: as pessoas acham que a Andreia está a par de todas as questões e, de facto, não está. Não tem nada a ver com confiança. Ela é alguém em quem eu posso confiar em absoluto, mas eu sei guardar um segredo, acho isso muito importante e as minhas funções têm um dever de reserva.
– É conhecida a ‘dependência’ do Nuno do telemóvel, justificada profissionalmente, claro, mas isso nunca se torna um problema a nível familiar?
Andreia – Mentiria se dissesse que não me irrita. Mas aprendi a conviver com isso.
Nuno – [risos] Isso é uma velha perseguição de que sou alvo. Hoje, a relação de cada um de nós com o telemóvel é muito diferente do que já foi. O que temos nas mãos é um pequeno computador… e mais não digo. [risos]
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– Ambos têm de ter cuidados diários com a imagem. Como fazem, aconselham-se mutuamente?
– Para ser franco, eu deveria ter muito mais cuidados, deveria tratar melhor de mim e tenho que o fazer, principalmente por razões de saúde. Nisso, reconheço que sou péssimo.
Andreia – Tenho cuidado e preocupações mais no sentido saudável do que estritamente estético. Mas subscrevo o
slogan: se eu não gostar de mim quem gostará?
– A SIC tem crescido bastante e atravessa uma fase de franca recuperação. O sucesso profissional é importante para o vosso bem-estar?
Nuno – Estar bem é importante. A vida é sempre um
puzzle. Não vale a pena dizer que há comportamentos estanque. Esta fase da SIC é muito motivadora.
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– O seu cargo exige uma preocupação constante e uma grande responsabilidade. Consegue desligar de tudo ao final do dia?
– Não diria desligar, mas consigo, hoje mais do que no passado, separar as águas. E consigo ter uma noção muito clara das prioridades, das urgências. O tempo trouxe-me ou apurou essa lucidez.
– É fácil trabalhar numa empresa onde o marido ocupa um cargo de chefia? Isso cria-lhe algum constrangimento?
Andreia – Para mim, nenhum, são áreas independentes. Mas serei sempre para algumas pessoas, até de fora, a mulher do diretor antes de ser a Andreia Vale.
– Sente-se feliz com o trabalho que tem desenvolvido, enquanto pivô de informação, que também exige grande responsabilidade?
– O meu
habitat natural é o estúdio. É ali que me sinto melhor e sei que melhor desempenho o meu trabalho. Nunca escondi isso e ainda quero crescer nesse papel. Talvez me possa queixar de falta de oportunidades, talvez não tenha dado tudo o que posso, mas acho que ainda estamos – eu e a SIC – a tempo.
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– Preferia fazer mais trabalho de reportagem, estar mais vezes fora?
– Se há um preço que eu paguei foi o de, dentro da SIC, nunca ter sido claro se eu era mais repórter ou mais pivô, sabendo eu que um jornalista em televisão tem de estar, se tiver essas ‘ferramentas’, disponível para tudo. Por exemplo, agora andei a fazer uma reportagem para o
Perdidos e Achados que adorei, sobre dois temas que me dizem muito: afetos e fotografia. Ainda não tem data de emissão, mas está a dar-me muito prazer fazê-la.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.