A vida de
Filomena e
Manuel Mendonça nunca mais foi a mesma depois de 4 de março de 1998, o dia em que o seu filho,
Rui Pedro, então com 11 anos, desapareceu de Lousada sem deixar rasto. Destroçada, a família nunca desistiu de o encontrar, nem deixou que o seu rosto ou história caíssem no esquecimento.
Agora, com a acusação de crime de rapto, tornada pública a 26 de fevereiro, do principal suspeito do desaparecimento de Rui Pedro,
Afonso Dias,
"há uma nova esperança", como disse à CARAS Manuel Mendonça. "
Sentimos que é mais qualquer coisa a mexer. Mas só podemos esperar para ver o que acontece. O nosso advogado está confiante de que vai haver julgamento e que a pessoa vai ser condenada", afirmou o pai de Rui Pedro, adiantando que a mulher não se encontra bem de saúde: "
Ela não tem passado bem estes dias. Está mal, a tentar aguentar mais isto."
Recorde-se que Afonso Dias foi apontado por várias testemunhas como a última pessoa a estar com Rui Pedro no dia do seu desaparecimento, e que, desde essa altura, Filomena e Manuel Mendonça pedem respostas. O suspeito, agora com 34 anos e camionista de profissão, chegou a ser ouvido e constituído arguido em novembro de 1999, mas só agora foi acusado, na sequência das investigações feitas por uma nova equipa da Polícia Judiciária.
Sobre os treze anos de dúvidas, o pai de Rui Pedro é peremptório: "
Porque demorou tanto tempo? É uma pergunta que tem de se fazer aos nossos políticos, são eles os maiores responsáveis por estes atrasos todos. Aliás, todos os políticos que tivemos após o 25 de abril."
Mas a família nunca baixou os braços e usou todos os meios ao seu dispor para encontrar esperança. "
Não podemos desistir. Uma pessoa que nunca teve nada não pode querer ter. Agora quem tem e a perde tem que lutar para reaver o seu bem", frisou o pai, lembrando: "
Continuamos sem saber do nosso filho!"
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.