Começou nos
Morangos com Açúcar, mas foi enquanto protagonista da série
Lua Vermelha que
Rui Porto Nunes se tornou conhecido. Aos 24 anos, o ator e atual apresentador do
Curto Circuito, na SIC, já provou que é mais do que uma cara bonita e que, apesar da fama, continua com os pés bem assentes na terra. Apaixonado pela representação e pela vida, Rui é bastante cioso da sua privacidade. Não esconde que namora com a apresentadora
Vanessa Oliveira, de 29 anos, mas prefere não fazer comentários sobre a relação.
– Sempre quis ser ator?
Rui Porto Nunes – Sim, fiz teatro na escola, gostava muito de ver televisão e de um dia pertencer ao meio. Como achava que não tinha grandes capacidades, acabei por decidir estudar realização, que interrompi com o convite para os
Morangos. Desde então, tenho estado sempre a trabalhar.
– E agora com a série
Lua Vermelha acabou por ter maior visibilidade…
– Foi a série que me colocou mais próximo das crianças e dos adolescentes e me trouxe um reconhecimento muito maior.
– Há quatro anos que tem trabalho constante. A sorte é fundamental?
– Julgo que também ajuda, mas na minha opinião tem mais a ver com dedicação e trabalho. Se formos profissionais, se nos empenharmos e tivermos capacidade para ouvir os outros, as coisas vão surgindo.
– Atualmente, apresenta o programa
Curto Circuito. Como está a correr?
– Inicialmente, fiquei muito reticente, pois tinha reservas em relação a atores que se tornavam apresentadores e vice-versa, mas depois comecei a achar que poderia ser uma mais-valia para o meu trabalho… Percebi que poderia ficar a ganhar no improviso, pois era uma das minhas maiores dificuldades enquanto ator. Como ali tenho de arriscar muito, julgo que a longo prazo me trará benefícios na minha profissão, que ainda não considero ser uma carreira.
– Mas já é uma paixão?
– Não sei… Ainda estou a apalpar terreno, mas estou a gostar bastante, até porque adoro o conceito do programa. Depois, sinto que, de certa forma, enquanto apresentador também sou uma influência para quem nos vê, e isso é bastante gratificante.
– Esse reconhecimento e influência nos adolescentes fazem-no ter mais cuidados na sua vida?
– Continuo a fazer a mesma vida que sempre fiz, não vejo as coisas muito por aí. Julgo que, quando estou em determinados locais, como durante o programa ou em sessões de autógrafos, tenho de ter mais cuidado e muito respeito pelas pessoas, mas no meu dia-a-dia faço o que me apetece, gosto de ter a minha vida e prefiro pensar que passo despercebido.
– Alguma vez aconteceu ser importunado indevidamente?
– Algumas vezes, principalmente naqueles dias em que não me apetece nada, mas jamais digo que não a quem me aborda.
– Dizer que ainda não considera a sua profissão uma carreira é uma questão de educação e humildade?
– Lá por já ter feito três projetos televisivos, entre curtas-metragens, dobragens e outras coisas, ainda não dei provas do meu trabalho. Se eu dissesse que tenho uma carreira, o que poderiam dizer aquelas pessoas que têm décadas e décadas de trabalho?! Sou um miúdo… [risos]. Talvez tenha, sim, que ver com a educação e com o facto de ter os pés bem assentes na terra. Este é um mundo muito efémero, há que saber definir objetivos e não nos considerarmos os maiores.
– Deixou o Alentejo para vir estudar para Lisboa. Acabou por trocar os estudos pela representação. Como é que os seus pais reagiram?
– Bem. Sempre nos ensinaram, a mim e ao meu irmão, que teríamos de aprender pelos nossos próprios erros, embora estivessem presentes para depois nos amparar a queda. Sempre me ensinaram a arriscar e a ir em busca daquilo que gosto. Só me pediram para nunca me esquecer quem sou e de onde venho.
– Aos 24 anos, já imagina a sua vida futura? Casar e ter filhos fazem parte dos planos?
– Ainda é muito cedo para pensar nisso. Quero viver a profissão e a minha vida. Aos 24 anos é um pouco estranho pensar em filhos. Ainda tenho muito para viver…
– De há uns meses para cá, desde que começou a namorar com a Vanessa Oliveira, a sua vida passou a ser mais observada. Como lida com isso?
– Sempre disse que não havia
paparazzi em Portugal e sempre achei que eram combinados, até ao dia em que me aconteceu. Desde então, já se repetiu algumas vezes. Senti que perdi a minha privacidade, mas julgo que uma semana depois de abrirem a revista as pessoas esquecem-se.
– Se vocês assumissem o namoro, não seriam de certa forma ‘poupados’ a esse género de situações?
– Julgo que não. Mesmo figuras públicas com relacionamentos assumidos continuam a ser alvo de
paparazzi.
– Sendo ambos figuras públicas, é normal que haja uma curiosidade em saber detalhes da vossa relação…
– Curiosidade para quem?! [risos] Julgo que as pessoas estão mais interessadas na nossa vida profissional do que na privada. Não há nada para confirmar, já saiu nas revistas, não posso fazer nada, mas também não quero falar muito.
– Essa atitude discreta em relação à sua vida pessoal foi algo decidido desde o começo?
– Sim, foi algo em que pensei desde sempre. Vou sempre manter a minha vida pessoal o mais privada possível. Claro que nem sempre é possível, pois o que era privado passou a ser do domínio público, mas isso não me obriga a falar sobre esse assunto. Ninguém sabe quem são os meus pais, o meu irmão, os meus amigos, os primos com quem vivo… Sou cioso da minha vida em todas as vertentes.
– Alguma vez teve receio de que as pessoas se aproximassem de si por interesse?
– Essas pessoas sei logo à partida quem são, percebo logo. Não tenho amigos de ocasião, nem do meio. Julgo que quando se mistura trabalho com lazer, as coisas acabam por não correr bem.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.