No final de agosto do ano passado,
Joana Mascarenhas de Lemos fez as malas e partiu com os filhos,
Tomás, de 12 anos, e
Martim, de dez, para Londres, onde se juntou ao marido,
Manuel Reymão Nogueira, que ali está a trabalhar. A família já tinha estado separada durante cerca de um ano e meio, o tempo que o corretor esteve a desenvolver um projeto na Polónia, um período difícil para todos, pelo que, quando surgiu a oportunidade de Manuel ir trabalhar para Inglaterra – desta vez por tempo indeterminado -, a decisão foi imediata e unânime: no final do ano letivo, a família mudar-se-ia para Londres.
Oito meses depois, a CARAS voltou a reencontrar Joana Lemos em Lisboa. A ex-piloto aproveitou umas curtas férias para matar saudades de familiares e amigos, muitos dos quais encontrou no Estoril Open, um projeto dirigido pela empresa de
João Lagos e no qual Joana trabalhou durante seis anos. Numa curta entrevista que deu à nossa revista – durante a qual nos apercebemos que já tem um ligeiro sotaque inglês – Joana contou-nos o que mudou na sua vida nestes primeiros meses em Londres.
– Como tem corrido a adaptação à sua nova realidade?
Joana Lemos – Lindamente, estou a adorar mesmo, muito mais do que eu estava à espera! Estou a adorar ter voltado à universidade – estou a fazer um MBA em Business Entrepreneurship na Economic Studies of Economics
– que era uma coisa que já tinha na cabeça há imenso tempo, mas que era impensável fazer aqui em Portugal com a vida que eu tinha. Portanto, foi uma grande oportunidade, sobretudo por estar a acontecer em Londres, que, para mim, é uma catedral de ensino, onde estão as maiores universidades e onde existe um mundo sem limites de oportunidades! Estou a adorar, assim como eles.
–
Para os seus filhos deve ter sido mais complicado, uma vez que tiveram de deixar os amigos, mudar de escola, de língua…
– Ao princípio foi difícil, mas mais por causa dos amigos. A língua não foi um problema, porque eles andavam no Colégio Inglês desde os três anos…. Mas rapidamente se adaptaram e já fizeram imensos amigos. Agora tanto tenho em casa um amigo deles inglês, como um do Qatar, e acho que isso lhes vai dar um mundo para o resto da vida. Estão muito inglesinhos. Depois, o Tomás está completamente rendido ao Chelsea, onde tem treinado.
– Foi uma transferência direta do Sporting, onde ele já jogava, para o Chelsea, ou teve de prestar provas?
– Teve de prestar provas durante três meses, de setembro a dezembro! É muito difícil lá entrar, porque há imensos miúdos que ali querem treinar. Ainda por cima, o Tomás evoluiu imenso em termos de maturidade. Agora tem, por exemplo, de apanhar sozinho dois comboios, porque, apesar de morarmos ao lado do estádio, em Chelsy Harbour, o centro de treinos é em Cobham, que fica longe de Londres.
– E em relação à escola? Tem corrido tudo bem?
– Estão ótimos! No caso do Tomás, o Chelsea até isso controla: fazem
updates diretamente com a escola, sabem qual o nível de envolvimento dele, até para poderem dosear o seu esforço durante os treinos e os jogos. Em agosto, por exemplo, já está estipulado que, em vez de ir de férias connosco, vai estar três semanas em estágio para o Chelsea. Portanto, até ele querer e até o quererem a ele, vai ser essa a vida dele.
– E a relação com o seu marido, melhorou? Afinal, devem agora viver mais para a família, uma vez que estão longe de amigos e familiares…
– O que é ótimo, tem sido muito giro. Sinto-me privilegiada por estar a viver esta nova fase, em que cada novo desafio é encarado por todos no mesmo entendimento.