O ano ainda vai a meio e
Fernando Póvoas já faz um balanço extremamente positivo de 2011. Profissionalmente bem sucedido, o médico nutricionista vive há dois meses a felicidade de ser avô. Rendido aos encantos de
Diogo, o primeiro filho de
Ana Cristina Póvoas e
Pedro Costa, o vice-presidente do Futebol Clube do Porto conta que lhe vêm as lágrimas aos olhos quando pega no neto ao colo. A viver uma fase mais tranquila, se comparada com a época em que tinha as filhas pequenas, Fernando Póvoas sente que a vida lhe está a dar uma oportunidade de recuperar o tempo que não teve para Ana Cristina e
Ana Rita. A juntar a essa alegria, há o facto de o neto ser um rapaz, o primeiro na família Póvoas.
Conversador e bem humorado, não poupa elogios à mulher,
Ana Maria, com quem partilha a vida há 39 anos. Felizes e cúmplices, receberam-nos na espaçosa casa que têm na Maia, onde, sempre que podem, reúnem os amigos.
– O seu primeiro neto nasceu há dois meses. Como tem vivido esta experiência?
– Se antes do nascimento do Diogo estava ansioso, agora que ele está cá fora sinto-me pleno de felicidade. Ao longo destes dois meses percebi que ser avô é uma experiência divina e mágica. Quando ouvia os outros avós dizerem-me coisas do género sobre os netos, achava que era um exagero, mas dou por mim a fazer o mesmo. Tenho imensas fotografias no telemóvel e sempre que me perguntam pelo Diogo, mostro-as, tal como os meus pacientes me faziam. Além disto, sinto que o tempo que me faltou como pai me vai sobrar como avô. A vida está a dar-me essa compensação, a possibilidade de aperfeiçoar alguma coisa que me tenha escapado como pai.
–
Mas ser avô é diferente de ser pai. Costuma dizer-se que os avós não educam…
– Já tirei o curso de como deseducar um neto [risos]. Aliás, passei com distinção, portanto, não contem comigo para ajudar a educar. O meu papel é outro.
–
Concorda que o amor de avô é diferente do amor de pai?
– O amor que sinto pelas minhas filhas é incalculável, mas pelo Diogo é diferente. Veem-me as lágrimas aos olhos com facilidade quando pego nele…
–
Tem finalmente um rapaz na família!
– Essa é a maior compensação! Estava em falta um homem na família e a minha filha deu-me esse presente. Com o nascimento do meu neto, eu e a Ana Cristina ficámos ainda mais próximos.
–
É importante para a Ana Cristina e para o Pedro terem o apoio dos pais nesta fase…
– Nós e os pais do Pedro, que são um casal excelente, ‘lutamos’ para ver quem consegue ficar mais vezes com o Diogo.
–
O nascimento do Diogo mudou as vossas rotinas?
– É incrível, mas a verdade é que toda a família faz a sua vida em função do Diogo, que tem apenas dois meses. Os nossos horários são feitos em função dele e quando está cá em casa fazemos fila para pegar nele.
– É médico há 32 anos e um dos mais procurados por quem quer emagrecer. Entre os pacientes que trata estão muitas figuras públicas que assumem que estão nas suas mãos… Há alguma diferença no tratamento destas pacientes?
– É exatamente igual. Tenho muitos médicos nas clínicas do Porto e de Lisboa, e todos os pacientes, figuras públicas ou não, são tratados com o mesmo carinho e respeito. Mas há diferença entre os homens e as mulheres. As mulheres querem sempre mais do que necessitam. A sociedade é muito punitiva com as mulheres e a ditadura de beleza perseguidora. A imagem é extremamente importante nos dias de hoje, para tudo.
–
Em casa, não tem grandes preocupações: a sua mulher e as suas filhas estão em forma…
– Elas cuidam-se mais que eu, mas fazem-no por iniciativa própria. Nunca precisei de lhes dizer nada.
–
Começou a pensar mais no futuro após o nascimento do seu neto?
– Sou otimista por natureza e acredito que, assim, a vida se torna mais fácil. Tenho uma visão positiva da vida e considero que tenho tido sorte. Tenho uma família estável e a minha mulher é a minha retaguarda. A vida corre-me bem porque tenho uma mulher forte. As minhas filhas são um doce e não me dão problemas. Os profissionais que trabalham comigo dão-me muita segurança e só posso agradecer, porque são inexcedíveis. Tenho tido sorte e não a tenho desperdiçado.
–
A Ana está sempre presente na sua vida…
– Estamos casados há 31 anos e namorámos oito anos. Tínhamos 17 anos quando nos conhecemos e criámos uma vida em comum. A Ana adivinha o que estou a pensar e tem a capacidade de perceber o que quero dizer mesmo antes de eu falar… estraga-me as piadas todas. Encontrar a nossa outra metade não é fácil e nos dias de hoje ainda menos. É preciso muita cedência de ambas as partes e respeito pelas opções de cada um. A Ana é o grande pilar desta família e teve um papel muito importante quando as nossas filhas nasceram, porque eu estava no início da minha carreira e fui um pai ausente. Jamais irei recuperar esse tempo que não tive para as minhas filhas. Mas agora vou ter tempo para o Diogo e para os outros netos que se sigam.