Quando era mais nova,
Jessica Athayde tinha vergonha de falar do seu sonho de se tornar atriz, mas nunca desistiu. Um dia, decidiu passar um ano em Londres: voltou mais desinibida, fez um
casting e, com a maioridade que atingiu nesse ano, veio o início da concretização desse sonho. Aos 25 anos diz-se ainda uma aprendiz, mas trabalho não lhe falta e o sucesso profissional parece refletir-se também na vida pessoal, ao lado do apresentador
João Manzarra. Sobre a vida a dois mantém-se reservada, mas confirma o momento feliz nesta entrevista que deu à CARAS em Paris, onde assistiu a um desfile de moda.
– Ver um desfile em Paris tem um impacto diferente, sobretudo sentada ao lado de figuras como a Kate Moss…
Jessica Athayde – Sem dúvida. Adorei a Kate Moss, mas confesso que fiquei desiludida com a
Isabelli Fontana. Foi fantástico assistir ao desfile da Mango e à festa, ver a quantidade de gente que veio de todo o lado… Tenho de destacar a
Selah Sue, uma artista que não conhecia e cujo desempenho me fascinou. O facto de ser em Paris, cidade que adoro, dá a tudo outra importância, claro.
– Alguma vez sonhou ser modelo?
– Não. Quando era mais nova, sonhava secretamente ser atriz, mas não dizia a ninguém porque tinha vergonha.
– Vergonha?
– Quando somos mais novos, dizer a alguém que sonhamos ser atriz não parece muito realista. Sobretudo quando estudamos com pessoas que vão para Direito ou Economia. A minha ambição era mais discreta que a dos meus colegas.
– Tinha outras ambições nessa altura, mais ‘realistas’?
– Nunca tive uma perspetiva muito realista em termos de futuro. Achava que se não pudesse ser atriz, poderia ser talvez pintora. Estava muito virada para as artes.
– Os seus pais nunca colocaram em causa as suas opções?
– Foi um pouco um problema, sim. Apesar de ficarem sempre felizes com o que me faz feliz. Mas quando comecei a trabalhar em representação, aos 18 anos, comecei logo a trabalhar muito. E só tinha começado a entrar em
castings aos 17. Durante um ano não consegui entrar em nada… Tirei então um tempo, fui estudar e viver para Londres, e quando voltei tinha outra postura e outro tipo de preparação.
– Perdeu a tal ‘vergonha’ de ser atriz?
– Sim. Comecei a conviver com pessoas do meio. Fiz lá um
workshop que me tornou mais desinibida. Quando vim a Portugal, um ano depois de estar fora, nem planeava ficar, mas fiz um
casting para os
Morangos com Açúcar e acabei por ficar.
– Nunca mais pensou voltar a sair de Portugal?
– É sempre uma hipótese. Sou muito nova e penso que se tiver que ir para fora é agora, e não quando estiver casada e com filhos, o que deverá acontecer daqui a uns bons, bons anos… [risos]
– Mas casar-se e ser mãe é uma realidade que faz parte do seu imaginário?
– A realidade é que as mulheres têm um pouco os dias contados quando se pensa em ter filhos. Não que seja o meu caso por agora, mas tenho o plano de concretizar esse desejo de ter filhos. Provavelmente, daqui a uns dez anos…
– Quando começou a gravar os
Morangos tornou-se rapidamente conhecida. Foi uma mudança drástica…
– Nem sequer consegui viver muito isso, porque gravava de segunda a sábado, das oito da manhã às oito da noite, e sempre com uma grande intensidade. Não tinha tempo para muito mais. Depois, sim, começou a haver uma maior procura da imprensa, algo a que não estava habituada. Geri mal algumas situações, mas só assim se aprende.
– Alguma vez sentiu a sua privacidade invadida ou devassada?
– Sim, senti. A partir do momento em que se escreve sobre a minha família e coisas que muitas vezes não correspondem à verdade, isso afeta-me e penso: com que direito?
– Em algum momento essa invasão de privacidade a fez pensar desistir da carreira?
– Não, de todo. Aprendi a lidar com isso e passei a ser muito mais reservada. Cada vez mais sei que é importante manter a minha vida privada. Tenho muito poucos amigos no meio mediático. O meu grupo de amigos é o mesmo que já fazia parte da minha vida antes de ser conhecida. E isso é muito importante manter.
– Tem já alguns anos de trabalho e participou em imensos projetos. Sente que já conseguiu consolidar a sua carreira?
– Não. Há uma aprendizagem constante. Ainda não me considero cem por cento atriz, sinto-me ainda muito pequena, apesar de estar agenciada e de ter um bom contrato com a TVI.
– Entretanto, decidiu assumir publicamente a relação com João Manzarra, na Gala dos Globos de Ouro. Foi um momento que lhe trouxe algum nervosismo?
– Foi uma coisa falada, mas estava nervosa, sim, nem sequer estava no meu meio, no meu conforto. Nunca tinha ido aos Globos de Ouro, felizmente estava rodeada de pessoas que conheço e de quem gosto, e fui acompanhar o meu namorado.
– O que os levou a assumir publicamente o vosso relacionamento quando hoje em dia a tendência é para esconder ao máximo?
– Sempre fizemos e vamos continuar a fazer tudo para que a nossa relação seja o mais privada possível. Não vamos dar entrevistas a falar um sobre o outro, ou algo do género. Achámos importante fazer isto, mas não temos interesse em falar da nossa relação.
– É fácil gerir uma relação quando as duas pessoas são mediáticas?
– Não sei se isso faz alguma diferença… Acho que não muda muito. Existe, talvez, maior invasão, ou tentativa de invasão da nossa privacidade, mas também acredito que cada um arranja formas de gerir a relação.
– O João teve um sucesso muito grande e muito recente, que o tornou uma figura especialmente assediada pelo público feminino. Isso influencia a vossa relação?
– Isso são coisas que acontecem fora da nossa esfera privada, que não tem tanto a ver com a relação em si ou comigo. Ele é mediático, tem o seu trabalho, tem as suas fãs, mas eu também tenho os meus fãs [risos]. Digamos que está ela por ela.
– Criticam-se mutuamente ou dão conselhos sobre o trabalho de cada um?
– Sou crítica com qualquer pessoa de quem gosto, qualquer amiga ou amigo, e dou os parabéns ou a minha opinião sobre o que for. Isso funciona da mesma forma com o João, que, independentemente de ser meu namorado, faz parte da minha vida. Tal como esses meus amigos.
– O seu trabalho, talvez mais do que o do João, obriga a cenas de maior envolvência física. É fácil explicar ao seu namorado que tudo isso não passa de trabalho?
– O João sabe muito bem como as coisas funcionam. Toda a gente sabe, acho eu. Sabemos perfeitamente separar a vida profissional da pessoal. Já tive essas cenas mais complicadas, mas ficam na minha vida profissional. Depois acabam e vou para casa fazer o jantar, passear os cães, enfim, retomar a minha vida normal.
– Agora prepara-se para novos projetos, mas pode aproveitar o tempo livre…
– Sim, tenho alguns projetos em vista, mas agora vou, acima de tudo, desfrutar das férias, até porque depois o trabalho pode não o permitir.
– Pensa muito no verão e no que vai fazer?
– Penso. E penso que Portugal está em grande neste momento, com festivais fantásticos e estou desejosa de ir a todos. E à praia. Vou gozar muito bem cada momento, porque há muito que não tinha tempo livre como agora.
– Qual é o seu ideal de férias?
– Não gosto de frio, não gosto de neve… Calor! Adoro calor, praia, calma e sítios onde ninguém me conhece. Por isso, prefiro sempre sair de Portugal.
– Ser atriz exige também uma grande preocupação com o corpo, a imagem. Que cuidados costuma ter?– Bom, um dia acordei e, sem dar por isso, estava com uns belos quilos a mais. Isto de estar de férias também me faz comer demais. Não me estava a sentir bem e procurei apoio. Falei com a Dr.
Ana Bravo, nutricionista na Clínica Ibérico Nogueira, e fiz um plano de alimentação bastante diferente. Obtive os resultados que queria: perdi os sete quilos que tinha ganho. Entretanto, voltei a praticar desporto e agora sou presença assídua no ginásio.