Desde que assumiu a sua relação com
Mascha, de 19 anos,
António Pinto Basto, de 59 anos, parece ter rejuvenescido. Até fez férias românticas, coisa que não acontecia há décadas, pois normalmente costuma ter com ele os seus cinco filhos,
Egas, de 22 anos,
Gustavo, de 20,
Amélia, de 18,
Carlota, de cinco, e
António. E foi durante uma manhã passada na praia do Gigi que o fadista e a estudante de Comunicação Social da Universidade Católica conversaram com a CARAS sobre o preconceito que a sua diferença de idades suscita e sobre a forma como têm lidado com isso diariamente.
– Estas são as vossas primeiras férias a dois. Como estão a correr?
António Pinto Basto – Muito bem. É qualquer coisa que não me acontecia há mais de 20 anos! Estes são os primeiros dias de férias que tenho sem filhos, embora essas também ainda vão acontecer. Acabou por surgir a oportunidade e quisemos aproveitar. Hoje constatei que estou há uma semana sem ler o jornal e sem ouvir notícias. Não sei nada do que se passa no mundo. Estão ser férias recuperadoras, de muito repouso.
Mascha – Está a ser maravilhoso e temos aproveitado para namorar muito. É a primeira vez que estamos só os dois numa casa e é bom conhecermos os hábitos do outro.
António – É a primeira vez que misturamos as escovas de dentes e que partilhamos tarefas domésticas [risos].
– E entendem-se bem?
António – Até agora tem funcionado muito bem, só houve uma discussão [risos].
– Apesar de já estarem juntos desde setembro, esta é a primeira entrevista que dão juntos. Como é que se conheceram?
António – Fui cantar a um restaurante em que fui acompanhado ao piano e à guitarra pelo padrasto da Mascha. Esta donzela estava a assistir e o Cupido disparou a sua seta. Foi em agosto do ano passado, e apesar de termos estado alguns dias sem nos contactarmos, fiquei logo com ela na memória.
– E para a Mascha, a empatia também foi imediata?
– Fui eu que dei o primeiro passo.
– Para o António, é habitual que isso aconteça?
Mascha – Eu é que falo sobre isso [risos]! É habitual, pois o António é muito solicitado [risos].
– E a relação foi logo aceite pelos pais da Mascha e pelos filhos do António?
Mascha – O meu padrasto soube pela minha mãe. A minha mãe teve uma conversa comigo, disse-me que não era o que mais desejava para mim, mas que o importante era eu estar feliz.
António – Eu também não desejo o mesmo para as minhas filhas [risos]! A verdade é que o problema maior para uma relação deste género é para nós próprios.
– Mas vocês são o exemplo de que o amor não escolhe idades…
– Sim, e quando acontece, não há nada a fazer, nem por que fazer.
Mascha – Agora que as pessoas falam de nós é que tenho reparado que há imensos casais que têm grandes diferenças de idade.
– Tem sido fácil lidar com essas diferenças?
António – Entre os dois tem sido fácil, mas socialmente nem sempre. No meio dos amigos da Mascha sou um intruso. O contrário é mais fácil, a Mascha é que pode não ter paciência para estar com os velhos [risos]!
– E a diferença de idades não tem também algumas vantagens?
António – Sem dúvida. Estas férias, por exemplo, fomos ao AquaShow e foi divertidíssimo. Há experiências que eu não voltaria a viver se não fosse a Mascha, como por exemplo a ida a determinadas discotecas.
Mascha – Também não sou muito de sair à noite, mas quando saio, é com intensidade [risos]. E sei que o António alinha para me fazer a vontade, porque para ele sair é ir ao cinema ou jantar fora [risos].
– E os seus filhos mais velhos, como reagiram?
– Começaram por não reagir bem, até porque dois deles são mais velhos do que a Mascha, mas depois passaram a perceber que não tem de ser criticável, nem censurável.
Mascha – Não apoiam, mas também não condenam, mantêm-se mais à distância. Os mais novos nem se apercebem da diferença de idades, a Carlota uma vez perguntou-me qual de nós era o mais velho e eu respondi que era o pai, com a diferença de uma semana… E ela achou imensa graça [risos].
– Como é que é a sua relação com os filhos do António?
– Com os mais velhos é de cordialidade e respeito, com os mais novos é de brincadeira, até porque a minha idade me aproxima mais deles do que do António [risos]. Está-se tudo a compor e até vamos fazer férias em conjunto em agosto.
– Está preparada para essas férias em família?
– Ainda tenho tempo para me preparar e julgo que é importante para os miúdos verem que o pai tem alguém. Até para se habituarem a crescer comigo.