São raras as ocasiões que
Cristina Santos e Silva, de 51 anos, e
José Pinto, de 48, têm para fazer programas a dois, já que qualquer deles tem uma agenda profissional muito preenchida. Por isso, o convite para a inauguração do Luv Club, em Tróia, foi o pretexto ideal para que a arquiteta de interiores e o arquiteto e consultor financeiro passassem alguns dias repletos de romantismo.
Casados há 22 anos, Cristina e José contaram como têm feito das suas diferenças semelhanças e explicaram que o que prevalece sempre é o bem-estar familiar, partilhado com as filhas,
Rita, de 20 anos, e
Mariana, de 17.
– Presumo que estes momentos a dois sejam escassos…
Cristina Santos e Silva – Pois, como gostamos muito de fazer férias com as nossas filhas, estamos sempre a projetar escapadelas a quatro. Como elas estão mais crescidas, começamos a constatar que cada vez temos mais fins de semana a dois e isso é muito simpático.
– Esta é, então, uma nova fase do vosso casamento…
– Sim, ao fim de 22 anos de casamento é engraçado reencontrar estes momentos a dois. Era algo que já estava um bocadinho esquecido [risos].
– Sentem que de certa forma têm de reaprender a estar só os dois?
– Quando estamos longe do nosso
habitat natural, como neste caso, não é preciso reaprender, mas quando estamos, por exemplo, na nossa casa de família em algum fim de semana que as nossas filhas não vão, a casa parece vazia e aí sim, os hábitos têm de se reaprender.
– Aproveitam para namorar ou não conseguem desligar-se do trabalho?
– À sexta-feira desligo o telemóvel e nem sequer o PC trago. O meu marido é que é mais adito dessas tecnologias.
José Pinto – Eu não desligo, estou sempre comunicável, até porque a minha profissão não permite estar completamente desligado de tudo. Tenho muitos afazeres e gosto de estar informado, até porque a conjuntura mundial assim o obriga.

– Já referiram anteriormente que são pessoas muito diferentes…
Cristina – Completamente, até em coisas tão básicas como a escolha de um restaurante, um filme ou um destino de férias.
– E como é que isso se traduz num casamento de sucesso?
José – O grande truque é a cedência, uma vez escolhe um, outra vez o outro. Nunca vamos contrariados, mas na decisão há sempre um momento de braço de ferro, no entanto sabemos ceder e aí está o grande segredo.
– Essa aceitação foi natural ou conversada?
Cristina – Foi natural. Cada ano que passa constatamos que somos mais diferentes, mas cada vez com mais cumplicidade no acerto dessas diferenças.
– As vossas filhas já estão na idade adulta. Sentem-se preparados para que elas sigam os seus caminhos?
José – Demos-lhes uma educação em que sentimos que elas também gostam de estar connosco e com os nossos amigos e não se põe essa questão de sentir o crescimento para elas se irem embora. Será a ordem natural da vida.
Cristina – Somos os quatro muito companheiros e não acredito que a chegada delas à idade adulta represente um corte connosco.