À primeira vista, Ana Guiomar, de 23 anos, é como qualquer jovem mulher, com as características e desejos típicos da sua idade. Mas depois, a forma tranquila com que encara a vida e as certezas daquilo que quer, demonstram uma maturidade atípica. A viver há dois anos e meio com Diogo Valsassina, de 24 anos, co-apresentador do Curto Circuito, com quem namora há cinco, a atriz tem nas palavras a certeza de quem sabe o que quer e, por isso, garante que planos de casamento e de maternidade não fazem para já parte da vida do casal.
Foi sobre o seu percurso profissional e pessoal e a forma como concilia na perfeição a representação com a vida a dois, que a CARAS conversou com Ana Guiomar.
– Sempre quis ser atriz?
Ana Guiomar- Não, nunca tinha pensado nisso. Tudo começou em 2002 com um casting que fiz por graça para a série Uma Aventura, mas não fiquei por não ter formação, visto que isso era obrigatório. Depois disso, inscrevi-me nuns workshops de representação, fiz o casting para os Morangos com Açúcar e fiquei.
– E desde então nunca mais parou…
– Graças a Deus. Tem corrido muito bem e acho que o desempenho, a dedicação e a melhoria a cada projeto, assim como as personagens que me têm dado ajudam a que assim seja.
– Mudando um pouco de assunto. Há já alguns anos que vive uma relação estável junto do Diogo, referindo até em entrevistas anteriores que é a pessoa com quem quer passar o resto dos seus dias…
– Não disse isso [risos]. Disse que enquanto durar é bom, mas não sei se é a pessoa com quem quero passar o resto dos meus dias. Não sei se vai durar mais um mês, três meses, quatro anos, vinte anos, mas enquanto durar é muito bom. Temos, acima de tudo, uma relação de amizade e respeito.
– E depois, também compreendem bastante bem o trabalho um do outro…
– Sim, mas também nunca tive um relacionamento com uma pessoa, como tenho com o Diogo, que fosse fora do meio. Mas claro que ele, sendo figura pública, e tendo também já feito algum trabalho de representação, compreende melhor.
– E há algum tipo de ciúmes entre vocês devido ao trabalho?
– Não, nada, e por isso é que acho que também funciona tão bem.
– Casarem-se e ter filhos faz parte dos vossos planos?
– Claro que quero ter filhos, mas ainda sou nova e acho que é legítimo fazerem-me essa pergunta daqui a dez anos. Quanto a casar-me, ainda não senti necessidade. Um compromisso para toda a vida é assustador. Quero é viajar e fazer personagens giras e divertir-me. Somos muito novos.
– E o Diogo é da mesma opinião?
– Se falarem ao Diogo em casar e ter filhos, ele foge a correr e vai a nado até às Berlengas [risos].
– São, então, muito parecidos?
– Sim. Eu sou um bocadinho mais romântica, mas tenho-o educado para isso [risos].
– Já estão juntos há algum tempo e têm conseguido equilibrar o lado público com o pessoal…
– Como casal, temos de nos dar ao respeito e se fizéssemos tudo juntos provavelmente estaríamos a abrir uma porta futura… Somos um casal absolutamente normal e nada mediático. Não precisamos de estar sempre em casal. É importante apoiarmo-nos mutuamente, mas não andamos sempre atrás um do outro.
– Percebe-se que tem objetivos bastante concretos…
– Sim, quero trabalhar, viajar e investir na minha realização pessoal. Ter trabalho é muito bom para o meu ego e acho que se estiver bem nessa área é muito mais fácil sentir-me feliz nas restantes.
– Mas também aposta na vertente pessoal…
– Sim, tenho uma família muito estável e que me apoia em tudo. Quando falo em família incluo, naturalmente, o Diogo e a família dele, até porque já somos uma só família. A responsabilidade das pessoas também vem muito da estabilidade familiar.
– Além das gravações da novela Laços de Sangue, está ainda em cena com a peça Purga. Há tempo para programas a dois?
– Sim, arranja-se sempre tempo. Na novela não gravo muito, o que é ótimo, depois a personagem que faço é a de uma miúda que só quer viver o dia-a-dia e isso diverte-me muito, é uma lufada de ar fresco sempre que vou gravar. Com o teatro, durante os ensaios foi mais esgotante, mas agora que estreei está tudo bem.
– Esta é a sua primeira experiência em teatro. É uma nova paixão?
– Não sou daquelas atrizes que acham que as novelas são um trabalho menor, mas estou a gostar muito do teatro.
– E agora, ser atriz é aquilo que vai querer fazer para sempre?
– Sim, agora posso dizer que sim, porque me sinto completa.