Paula Neves tem 34 anos de idade, mais de dez de carreira e sete de casamento – com Ricardo Duarte, de 38 –, mas para muitos ainda continua a ser a ‘trinca-espinhas’, alcunha que ganhou há dez anos, com a novela Anjo Selvagem. Contudo, a miúda de outros tempos cresceu, tornou-se mulher, garante conhecer-se melhor, está ainda mais feliz e até acredita que está na altura certa para ser mãe. A atravessar um ótimo momento, a atriz não poupa elogios ao marido, que está no topo das suas prioridades.
– Depois de um período de férias, está de regresso ao trabalho com um papel exigente na nova novela da TVI…
– Sim. Depois de uma época de descanso, que calhou no verão – foi perfeito! –, regresso com uma personagem e um projeto muito giro mesmo. Este papel é um verdadeiro bombom. Ainda estou naquela fase de angústia, porque não sei se estou a fazer bem ou não, mas estou a adorar. Não posso falar muito sobre ela, porque a novela só estreia em janeiro, mas vai chamar-se Augusta Santinho e acho que o nome já diz muito.
– Essa felicidade no trabalho reflete-se sempre na vida pessoal, certo?
– Completamente. Eu sou muito emotiva e, para andar equilibrada, estável, serena, tenho que me sentir realizada no meu trabalho. Isso ajuda-me muito a lidar com o meu forte lado emocional e as minhas mudanças de humor. Quando estou feliz no trabalho, ando sempre bem, com vontade de amar a vida. Agora estou numa fase muito boa profissionalmente e isso reflete-se, claro, na minha vida privada.
– Ou seja, o seu marido agradece que tenha bons projetos…
– [risos] Agradece, claro! Mas não é só por me aturar. Ele vive muito as minhas coisas e sabe quando estou feliz ou não. E fica muito contente por saber que estou a ter um desafio que acha que eu merecia e que há muitos anos não tinha. Ele sente isso e acho que fica muito feliz por mim. Vivemos completamente as coisas um do outro. Contamos, partilhamos, falamos e discutimos tudo. Costumo dizer que somos muito o alicerce um do outro, o apoio, a base.
– Com um trabalho como o seu, que pode ser instável, é importante ter a seu lado uma pessoa que a ajude a ultrapassar os piores momentos?
– É fundamental. Se não tivesse uma relação equilibrada, segura e estável, acho que seria um pouco perturbada ou que com a minha sanidade mental teria outras cores [risos]. Ter o Ricardo ao meu lado ajuda-me muito a lidar com a instabilidade desta profissão, que é das coisas que mais custa no que faço. E nem o facto de já ter alguns anos de carreira me ajuda a lidar melhor com isso. Porque andamos sempre com o coração nas mãos e a pôr em causa o nosso próprio talento. E isso é angustiante.
– Certo é que é comum neste meio essa instabilidade afetar a vida pessoal. No seu caso, não foi assim, e encontrou cedo o equilíbrio…
– Tive muita necessidade de encontrar a minha estabilidade cedo e quando encontrei o Ricardo percebi que não era apenas uma relação, mas sim o companheiro da minha vida. Percebi logo que era a pessoa com quem queria partilhar tudo e até envelhecer. Ele passou a ser a prioridade para mim, tal como sei que sou a prioridade para ele. Nunca trememos na nossa relação. Sabemos que o outro está sempre lá e isso permite-nos enfrentar qualquer desafio.
– Estão juntos há mais de dez anos, casados há sete, continuam felizes e apaixonados… Não acha que é a altura certa para aumentar a família?
– Pensamos muito nisso e temos muita vontade, talvez agora seja a altura certa. O Ricardo mudou completamente de área, era administrador de sistemas informáticos e agora é psicólogo, o que implicou alguns anos de dedicação total a essa mudança. E eu também estava sempre com projetos, novelas e, enfim, parecia sempre que nunca era a altura certa. Também já me disseram que a altura certa não existe. É preciso querer e pronto. Nós queremos e já pensamos nisso com consciência para o presente. Só que agora comecei esta novela e quero muito realizar este projeto. Se pudesse ser mãe até aos 60 anos, esperava mais dez… [risos] Como não é assim, eu faço 34 anos em Novembro, o Ricardo fez 38 agora, está na altura certa.
– Uma das coisas que a caracteriza é o seu sorriso e essa alegria de viver que, por vezes, faz parecer que não tem momentos maus…
– Mas tenho. Tenho muitas flutuações de humor, muitos altos e baixos, mas sou uma otimista por natureza. Uma vez uma amiga disse-me uma coisa que acho que faz sentido: que eu posso ver um campo destruído, mas se estiver lá um malmequer plantado eu reparo é no malmequer. Tenho uma tendência para ver o lado bom das coisas. E gosto disso. Mas não é constante. Por isso preciso sempre de coisas que me equilibrem, como estar bem com o Ricardo, o meu trabalho ou ir ao ginásio.
– É uma mulher ambiciosa?
– As minhas ambições passam por ser feliz e não tanto por coisas materiais. Claro que sonho com uma vida mais desafogada, com o conseguir pagar a minha casa, poder viajar mais, mas o principal é encontrar felicidade, estabilidade, alegria e ser sempre fiel a mim própria.
– Falou em ir ao ginásio… tem cuidados diários com a imagem, o corpo?
– Tenho mesmo. Acho que devemos estar sempre o melhor possível e por isso temos que cuidar de nós. Ter uma pele hidratada, cabelo bonito, unhas arranjadas, corpo trabalhado, tudo. Tenho cremes para tudo e uso-os, efetivamente. Isso faz-me sentir bem.