No passado dia 21, João
Nabais sofreu um despiste na A1 a caminho de Coimbra e assim que saiu do
automóvel para colocar o triângulo de sinalização foi atropelado. O advogado
foi de imediato levado para o Hospital de Coimbra, de onde foi transferido no
dia seguinte para o Hospital de Santa Maria, onde permanecerá mais três
semanas. Apesar de não correr perigo de vida, João sofreu múltiplas fraturas,
nomeadamente em duas costelas, na zona do sacro na parte posterior da bacia, na
zona pélvica, no perónio esquerdo, e um esfacelamento na cabeça, na zona
frontal, que o obrigam a estar em repouso absoluto, daí a razão do seu
internamento. Desde então, o advogado tem contado com as visitas regulares dos
cinco filhos, Tiago, de 33 anos, Sérgio e Diogo, de 27, Ana,
de 22, e Martim, de 11.
Dias depois, foi com a boa disposição que o caracteriza que João conversou com
a CARAS e contou como tem vivido estes últimos dias.
– Foi um grande susto…
João Nabais – Muitíssimo grande, terrível mesmo.
– Apesar das fraturas, não foi operado…
– Não fui operado nem se prevê que seja, pois felizmente as fraturas são
consistentes. Com muito repouso e sossego tendencialmente tudo irá ao lugar.
Não me posso mexer e tenho de estar sossegadíssimo. Presumo que possa vir a
precisar de fisioterapia, mas neste momento estou somente engessado na perna.
– Quando tempo deverá ficar internado?
– Em princípio, três semanas, mas logo se verá. Estou a contar já estar
em casa no Natal.
– Sendo um homem tão ativo, deve ser difícil estar quase imobilizado…
– Custa um pouco, mas além de aproveitar para descansar, tenho também
algumas coisas com que me entreter. Também tenho encontrado pessoas muito
simpáticas e o tempo acaba por passar com alguma tranquilidade. Felizmente,
isto não é propriamente um tormento nem um martírio.
– Para os seus filhos também deve ter sido complicado…
– Claro que sim. Eles têm sido fantásticos, muito atenciosos e têm vindo
visitar-me sempre com boa disposição, o que é ótimo.
– Acha que terá receio de voltar a conduzir?
– Acredito que não vou ter receio de conduzir, pois acho que este é,
sinceramente, um assunto que na minha cabeça está resolvido. É evidente que só
quando for confrontado com a situação concreta saberei, mas não me parece que
isto me tenha deixado alguma marca psicológica.
– Temeu o pior?
– Sim, cheguei a temer o pior. Quando me despistei no meio do granizo, sim.
O carro ficou completamente descontrolado, embati em tudo o que era sítio e uma
pessoa tem noção de que só vai parar quando tiver de ser. Estar nas mãos do
aleatório é estranho e medonho.
– Sendo um homem tão dedicado à carreira e a viver sempre intensamente, este
acidente poderá fazê-lo relativizar determinadas coisas e até tornar-se mais
atento à família?
– Sempre fui preocupado, atento com os meus filhos e um pai presente, mas
julgo que irá mudar algumas coisas na minha vida, até porque aprendemos sempre
com este género de situações.
João Nabais: “Estar nas mãos do aleatório é estranho e medonho”
Depois de se ter despistado na A1, a caminho de Coimbra, o advogado foi atropelado por outro automóvel. Desde então, tem estado internado em Santa Maria.