-
Família e amigos juntaram-se, este domingo, numa sessão evocativa a Miguel Portas, no jardim de inverno do Teatro São Luiz, em Lisboa. Foi o próprio eurodeputado quem pensou esta cerimónia antes de morrer numa nota intitulada ‘Para o caso de isto correr mal…’
-
Entre as intervenções dos amigos houve alguns momentos musicais e um vídeo lembrando a sua história no Bloco de Esquerda. Para o fim, ficaram os testemunhos da família. O seu irmão, Paulo Portas, não conseguiu conter as lágrimas num discurso emotivo onde lembrou a “honestidade radical” de quem viveu e morreu como “um combatente”, mas sempre com “suavidade e elegância”, com um “admirável sorriso” que não largou “até ao último momento”. Evocou ainda a “irredutível amizade” que os unia: “Ambos dávamos ao outro não o preconceito sobre o que o outro pensava, mas o benefício da dúvida sobre o que o outro queria. Adorávamo-nos para além de todas as diferenças, eu diria até um pouco mais, adorávamo-nos também por causa das nossas diferenças (…) O que explica a nossa irredutível amizade é uma palavra chamada respeito. Respeito não como veneração formal mas como capacidade de renunciar a alguma coisa de nós próprios para conservarmos o essencial do outro e o essencial e do que o outro significa para nós.” Os filhos, Frederico e André, de 15 e 18 anos, recordaram o pai como um exemplo a seguir. Frederico lembrou o seu “herói” pessoal, que “tornava utopias em realidade”. André, lembrou as ausências do pai que faziam as presenças ainda mais significativas: “Em 1999 disse a uma revista ‘sou mau pai, mas hei de ser bom’. Remediou-se”, disse, arrancando alguns sorrisos da plateia.
Miguel Portas recordado por familiares e amigos
Cumprindo a vontade do eurodeputado, a família e os amigos reuniram-se este domingo no jardim de Inverno do Teatro São Luiz, em Lisboa, numa sessão evocativa marcada pela emoção.