Vasco Graça Moura homenageado

Nascido na Foz do Douro
há 70 anos e com “o Porto na mas­sa do sangue”, Vasco Graça Moura levantou
o seu primeiro livro da tipografia há 50 anos, sendo essa, como diz, a sua
idade “no registo civil da República das Letras”. Naturalmente, foi no
Porto que este meio século de atividade literária foi assinalado, com um jantar
organizado pela Cooperativa Árvore na Fundação Cupertino de Miranda. Uma
homenagem que contou com a presença de muitos nomes destacados da vida
portuguesa, nomeadamente do Pre­sidente da República que, no seu discurso,
enalteceu as qualidades deste seu amigo de longa data. “Felizmente, não vim
aqui apenas a título privado, para reiterar o meu respeito e admiração pela
pessoa e obra de Vasco Graça Moura. Vim também para lhe testemunhar
publicamente o reconhecimento dos portugueses, por tudo quanto ele tem feito
pela nossa cultura e língua, em suma, pelo nosso país”, afirmou Aníbal
Cavaco Silva, adiantando: “A sua obra tem desde há muito um lugar cativo
na literatura portuguesa”.

O advogado Miguel Veiga também usou da palavra para elogiar o seu amigo
e conterrâneo: “Confesso-me devoto admirador dos prodigiosos e inumeráveis
talentos do Vasco e da sua rara e poderosa criatividade. Eis uma pessoa que não
cessa de me surpreender e fascinar, que não me canso de admirar e, vai daí, de
saudavelmente invejar.”
Poeta, romancista, ensaísta, tradutor, advogado, político, gestor cultural,
colunista e autor de letras para fados, Vasco Graça Moura agradeceu as palavras
que lhe foram dirigidas, afirmando: “O meu prazo de validade pode muito bem
ir para além do meu meio século de vida literária, mas seria demasiado ingénuo
se não compreendesse e aceitasse que o tempo passa por mim.”