Há sensivelmente um ano e meio, Cuca Roseta, de 30 anos, apresentou o seu disco de estreia. Desde então, os concertos em Portugal e no estrangeiro começaram a ditar o ritmo da sua vida. Contudo, a par dos seus compromissos profissionais, a fadista tem ainda tempo para o namorado, David Magboulé, e o filho, Lopo, de quatro anos, que nasceu de uma anterior relação. Foi durante um fim de tarde passado no Algarve que a fadista conversou com a CARAS sobre as emoções felizes que canta no palco.
– Qual é o balanço que faz deste último ano e meio, desde a apresentação do seu disco de estreia?
Cuca Roseta – Foi muito bom e cansativo! Tive experiências completamente diferentes, que expuseram muito o meu lado emocional e a minha arte. E tudo isso me fez evoluir. Hoje, já sinto o palco como a minha casa.
– O que é que mais mudou em si enquanto artista e pessoa?
– Hoje, quando ouço o meu primeiro disco, que sempre adorei, sinto que já está um bocadinho distante daquilo que estou a fazer. Ao fim de dois anos, os artistas apresentam um novo trabalho e faz todo o sentido, porque já somos pessoas diferentes, por todas as experiências artísticas que vivemos. Pessoalmente, sinto que no início era uma menina tímida, mas agora já sou uma mulher que encontrou o seu espaço para falar de sentimentos. E esse é o grande passo que vou dar no segundo disco.
– E já se pode saber como vai ser esse disco?
– Vai ser uma surpresa que não vou desvendar já. No primeiro disco, as músicas foram escolhidas por mim, mas tendo em conta a opinião das outras pessoas; agora começo a perceber o que há dentro de mim e que é meu e único. Por isso é que um segundo disco é tão importante, porque é ele que diz quem somos como artistas.
– Mas vai continuar a cantar fado…
– Sim, sem dúvida, porque o fado é a minha maior paixão. O fado conta a história de uma vida e isso motiva-me imenso. É um género musical completamente genuíno, que fala de uma verdade íntima. O fado é a minha prece.
– Sente-se uma mulher realizada com a vida que tem ou ambiciona muito mais?
– Não crio expectativas e vivo o momento. E quando surgem coisas boas, vivo-as com um entusiasmo quase infantil. Sinto mesmo aquela felicidade inocente. E essa é a minha maneira de ser. Sei que quero cantar e que tenho de trabalhar para alcançar o que quero. O sucesso só se consegue com a dedicação, mesmo que seja até à dor. O segredo para se chegar ao público é sermos simples e verdadeiros. E é esse caminho que quero continuar a fazer, porque é isso que me faz feliz.
– Acredito que a parte menos boa da sua profissão seja viajar muito, o que a obriga a estar mais longe do seu filho…
– Costumo dizer que tenho uma vida maravilhosa, mas há sempre qualquer coisa que não corre tão bem. Eu sou independente, aventureira e adoro viajar, mas, por outro lado, sou a pessoa mais mãe-galinha do mundo e não consigo estar mais do que quatro dias longe do meu filho. E não consigo mesmo! Quando tenho concertos em Portugal, ele vem comigo e é uma criança feliz com esta vida.
– É fácil conciliar o seu namoro com a vida de artista?
– Sim, muito bem, apesar de sentir sempre a falta de um dos homens da minha vida, porque quando estou em Madrid, sinto saudades do Lopo, e quando apanho o avião para Lisboa já tenho saudades do David! [Risos] Mas conciliamos tudo muito bem, porque falamos todos os dias e vemo-nos praticamente todos os fins de semana. Ele tem uma relação ótima com o Lopo e acho que vamos ter um grande futuro juntos, pelo menos espero.
Cuca Roseta, a voz feliz do fado
A fadista está a preparar o seu segundo disco, que deve ser apresentado em março. Realizada profissionalmente, Cuca vive também dias felizes ao lado do filho, Lopo, de quatro anos, e do namorado, David Magboulé.