
Renato Seabra
Reuters
William Barr,
psicólogo chamado pela acusação a depor durante o julgamento de Renato Seabra, pelo homicídio de Carlos Castro, considera que o jovem de
Cantanhede fez tudo para que se considerasse que tinha problemas psicológicos. “[Renato Seabra] elaborou progressivamente os detalhes de um crime horrendo, fazendo toda
a gente com quem fala pensar que estava cada vez mais louco. No final, já
estava a beber sangue”, afirmou Barr, durante uma sessão de julgamento em
que o ambiente entre defesa e acusação esteve bastante tenso.
O psicólogo rejeita a tese de que o modelo não tem responsabilidade criminal
pelo homicídio do cronista social, deixando bem claro que não acredita nos
problemas mentais de que fala a defesa. De referir que no início deste ano,
William Barr diagnosticou a Renato Seabra “distúrbios
emocionais com traços psicóticos em remissão total”, depois uma conversa
que durou cerca de seis horas. Contudo, o psicólogo acredita que o motivo do
homicídio, seguido de tortura e mutilação foi apenas “raiva”, por Carlos Castro ter, alegadamente, decidido regressar
mais cedo para Portugal e terminar a relação.
William Barr acrescentou ainda que o facto de o modelo ter fugido do local do
crime confirma que não houve surto psicótico. “Depois de cometer o crime foge de cena, com 1700 dólares, passaporte,
vai para [o terminal de transportes de] Penn
Station? Penso que provavelmente estava a fugir!”, afirmou.
Recorde-se que os distúrbios mentais são a “arma” da defesa de Renato Seabra,
liderada pelo advogado David Touger.
Alegando que o jovem “estava em
pensamento delirante, num episódio maníaco e desordem bipolar com características
psicóticas graves”, os seus advogados defendem que não deve ser considerado
culpado.