O último dia de 2012 ficou marcado pelo adeus ao realizador portuense que, aos 77 anos, partiu vítima de doença prolongada, deixando saudade e admiração entre os amigos e familiares que fizeram questão de prestar homenagem.
“O Paulo Rocha, ao longo de várias gerações, alimentou com os seus filmes, mas também com a sua pedagogia e a sua magia, o trabalho de realizadores, produtores, estudiosos e críticos de cinema. Estar aqui hoje é, simplesmente, um testemunho da presença do Paulo e do modo como ele vai continuar a alimentar o cinema português“, afirmou o secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, que considerou este “um dia muito triste” para o cinema português.
Também Maria João Seixas viajou de Lisboa ao Porto para se despedir do realizador de Verdes Anos, o filme “mais forte” de Paulo Rocha que lhe “iluminou o olhar nos anos 60“. “Depois de o ver, nunca deixei de me apaixonar por cada imagem dos filmes dele. Temos a sorte de, sendo pequeninos, termos grandes, muito grandes, a criarem para nós.” Sentida, a diretora da Cinemateca Portuguesa diz sentir “uma dívida enorme” para com Paulo Rocha, e explica: “Ele embelezou o mundo com as suas imagens e, pelo cinema, fez acreditar numa outra história para a vida deste país. Esse é o meu grande luto, é o nosso grande luto, e peço a todos que vejam o cinema de Paulo Rocha.”
“O Paulo foi o meu companheiro de toda a vida“, desabafou, emocionado, Nuno Portas. “Lembro-me, quando foi a estreia do primeiro filme dele, que me levantei aos gritos a dizer: Começou o cinema português! Foi o começo de um novo cinema, o que a gente chamava o Cinema Novo”, afirmou o arquiteto.
“É um dia triste, mas os filmes do Paulo Rocha ficam e temos que os ver“, considerou, por sua vez, o ex-diretor do Museu de Serralves, João Fernandes.
A cerimónia religiosa terminou com a interpretação de Verdes Anos, o tema de Carlos Paredes que serve de banda sonora ao filme de estreia de Paulo Rocha, pelo guitarrista e amigo do falecido realizador Samuel Cabral.
Da Igreja de S. João da Foz, o corpo de Paulo Rocha seguiu para o crematório do Prado do Repouso.
Adeus emocionado a Paulo Rocha
O mundo da cultura e do cinema português ficou mais pobre com a morte do realizador de 'Verdes Anos' que faleceu, aos 77 anos, no dia 29 de dezembro.
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