Poucos minutos passavam das 19h00 (hora portuguesa) quando o mundo ficou a conhecer o sucessor de Bento XVI, altura em que Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, de 76 anos, surgia no balcão principal da Basílica de São Pedro. Francisco I é o primeiro Papa argentino e o primeiro Papa da América Latina.
Nascido no seio de uma família de imigrantes italianos, Bergoglio dedicou-se durante muitos anos ao ensino. É um intelectual jesuíta que viaja de autocarro e tem uma abordagem prática sobre a pobreza. Quando foi nomeado cardeal, convenceu centenas de argentinos a não viajarem para Roma, pois o dinheiro gasto na viagem de avião seria distribuído pelos pobres. Foi nomeado cardeal pelo Papa João Paulo II, a 21 de fevereiro de 201.
Naquela que foi a sua primeira aparição como Papa, Bergoglio lembrou o seu antecessor, Bento XVI, do qual foi o principal rival durante o Conclave de 2005. Antes da quarta votação, o argentino terá decidido retirar-se em favor do cardeal alemão e pediu, emocionado, aos seus simpatizantes que se abstivessem de votar.
Jorge Mario Bergoglio acredita na contracepção para evitar a propagação da doença, mas foi um grande opositor da legalização do casamento entre homossexuais na Argentina argumentando que as crianças têm o direito de ser criadas e educadas por um pai e uma mãe.
Está aberto ao diálogo com outras religiões e fará da reforma da cúria uma prioridade.
Após o anúncio do novo Papa, os sinos da catedral de Buenos Aires repicaram e não tardou muito para que milhares de argentinos se concentrasse à sua porta.