Adriane Galisteu, de 40 anos, orgulha-se do facto de o seu trajeto fazer parte da história de CARAS. Fez a sua primeira capa da edição brasileira em 1994, e nela falava sobre o seu amor pelo piloto Ayrton Senna. A edição foi um marco e vendeu mais de um milhão de exemplares. Um mês depois, um trágico acidente em Imola, Itália, matou o campeão do automobilismo e Galisteu nunca mais deixou as páginas da revista, ora para desabafar e partilhar a dor, ora para celebrar conquistas pessoais: “É uma relação de muitos anos. Acompanhei o nascimento da CARAS no Brasil, fui à festa de aniversário da revista na Argentina, e festejei também os 10 anos da revista no Brasil… Conheço as pessoas, sinto-me próxima da equipa da redação. Tenho o maior orgulho, é uma revista sensacional, que mudou a história do nosso país.”
Hoje, casada com o empresário de moda Alexandre Iódice, de 40 anos, mãe de Vittorio, de dois, e com incontáveis vitórias na carreira, Adriane é o retrato de uma mulher realizada. O seu discurso é maduro, os seus atos têm candura e as atitudes conquistam os fãs. “Realmente tenho um pacto com a felicidade. O que não significa que eu seja uma mulher que se ri por tudo e por nada. Tenho as minhas angústias, dores e saudades, mas levo a minha vida com coragem e alto astral”, comenta Adriane.
Com planos para engravidar novamente e uma vida profissional cheia de projetos, revela nesta entrevista, na Ilha da CARAS, por que se consagrou como uma das grandes estrelas da televisão brasileira.
– Guarda todas as ‘suas’ CARAS?
Adriane – Todas! A minha mãe, Emma, guarda tudo e em 1995 contratei uma empresa que separa semanalmente tudo o que sai na imprensa. Na casa onde nasci há um quarto onde estão os presentes dos fãs, tudo o que foi publicado. É muito bem organizado, uma grande biblioteca.
– Como é recordar fases da sua vida nas páginas da revista?
– Há momentos felizes, tristes, erros e decisões acertadas… Está tudo registado. A minha relação com os fãs sempre foi e sempre será a mais honesta possível. Se eu errar, vai ser em público, e também me vou desculpar em público, como fiz algumas vezes. Nunca tive aquele momento de me esconder. Demorei anos para conquistar a minha história, traçar a minha carreira, e fiz isso em conjunto com a imprensa brasileira.
– Tem orgulho da sua vida?
– Muito. Nunca planeei a carreira, as coisas foram acontecendo. Surgiram oportunidades e nunca tive medo, encarei-as como desafios. Quando diziam: ‘a Adriane é uma oportunista’, eu dizia: ‘Não, eu sou é uma pessoa que sabe usar a oportunidade!’
– Oportunista é pesado…
– Oportunista é falta de carácter. Sou uma pessoa que sabe aproveitar as oportunidades e não as teme. A oportunidade bate à porta de toda a gente, não acontece em exclusivo com uma ou outra pessoa. Só que há pessoas que têm medo de encarar a novidade e ficam paradas. Não significa que está certo ou errado, é só uma opção. Até hoje não tive medo de nada.
– Quando começou, esperava chegar tão longe?
– Não, nem tão longe nem por tanto tempo. São muitos anos no ar, são 17 anos de televisão, três de rádio, dois filmes, uma novela, oito peças. Já fiz coisas muito diferentes do que imaginava, mas o meu objetivo é não parar. Digo sempre que sou feliz enquanto tiver saúde e trabalho. Não vejo a hora de ir de férias, mas passados 20 dias fico desesperada para voltar ao trabalho.
– Mesmo depois de ter sido mãe?
– Após o nascimento do Vittorio, passei a valorizar mais as férias. Antes dele, nem sequer era capaz de desligar. Hoje já dou mais valor e passo as minhas férias todas com ele. Divirto-me, brinco com ele sentada no chão… Não faço só o papel da mãe que leva e vai buscar à escola, que dá banho e comida. Qualquer tempo livre com o meu filho vale ouro.
– Considera-se feliz?
– Sou plenamente feliz, mas, claro, quero mais! Sou feliz com a minha vida da maneira que é, com saúde, filho, família… Querer um avião, um helicóptero, ou ter hábitos de consumo já não é o meu objetivo. Um filho faz-nos ver tudo de forma mais simples. Quando lhe digo que vou sair para trabalhar e ele responde: ‘Porquê?’ Justifico: ‘Para ganhar dinheiro e comprar as suas coisas.’ Ele diz: ‘Não quero nada, quero você aqui.’
– Mas como fica a questão do dinheiro, dos bens materiais?
– Conquistei tudo o que tenho com o dinheiro que ganhei e tenho o maior orgulho nisso. Não posso dizer que não é bom. Para quem não teve, como era o meu caso, é maravilhoso. Mas eu podia ter muito dinheiro e não ser uma pessoa feliz. A felicidade está dentro de nós. Conheço pessoas que têm muito dinheiro mas que não dão valor às coisas…
– Está sempre de alto astral?
– Não me dou bem com quem está sempre a queixar-se, zangado, com um humor inconstante. Toda a gente tem o direito de chorar, de ficar deprimido, mas a vida é um presente, só temos uma e o tempo passa a voar. E nós fazemos as nossas escolhas: ou encaramos e administramos os problemas, o que toda a gente tem, ou optamos pelo baixo astral.
– Consegue sempre reinventar-se…
– A vida puxou-me o tapete inúmeras vezes, por isso tenho cuidado com ela. Nem todas as escolhas são perfeitas, nem todas as oportunidades que batem à porta são boas. Mas a vida vale a pena! Não dá para nos deixarmos abater com a primeira queda. Vamos cair muitas vezes e não importa quanto dinheiro temos no banco ou o quanto somos famosos. Costumo dizer, em tom de brincadeira, que no fundo do poço há uma mola. E há mesmo! Cada vez que caímos, levantamo-nos mais fortes.
– É uma perfeccionista?
– Sou um pouco chata, mas tenho a mesma equipa há anos. E todos sabem que se tiver de de repetir algo 10 vezes, vou repetir [risos].
– Em abril fez 40 anos. Está a passar por algum tipo de crise?
– É engraçado, pois 40 anos era algo tão distante, tão longe… Mas já cá cantam. [risos] Não podemos fugir da idade, podemos até desesperar, lamentar, mas não há nada a fazer. Ou sabemos gerir isso ou enlouquecemos, pois daqui para a frente é sempre para baixo. Quero chegar aos 60 sem querer parecer que tenho 20. Os anos não param e se as pessoas não se aceitam, pode ser estranho. Quero aceitar as rugas e a flacidez da melhor forma possível. Claro que vou fazer o meu melhor para me sentir bonita, mas não vou ‘tirar’ o meu nariz nem ‘pôr’ uma boca que não tenho. Se não fiz até hoje, não vou fazer.
– É feliz com o seu corpo?
– Tenho 1,74m e 58kg. Ganhei 16kg na gravidez, fiquei de repouso do quinto ao nono mês. Três meses após o parto, já tinha perdido 10kg. O resto perdi aos poucos. Já não tenho 20 anos, emagrecer já não é assim tão simples. Digo que enquanto me olhar ao espelho e gostar, está tudo bem. Enquanto não tiver de apagar a luz para namorar, está tudo bem também. [risos]
Adriane Galisteu: “Quero aceitar as rugas e a flacidez da melhor forma possível”
A apresentadora brasileira esteve uns dias na Ilha da CARAS, onde garantiu que o peso da idade não a assusta e que hoje, aos 40 anos, se sente bem com o seu corpo.
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