Sónia Brazão afirmou esta terça-feira, 1 de outubro, no Tribunal de Oeiras que nunca quis suicidar-se. A atriz recusou qualquer responsabilidade na explosão do seu apartamento de Algés no dia 3 de junho de 2011, negando qualquer conduta negligente. “Estava descontente com algumas coisas da minha vida, como qualquer ser humano, mas nunca tive razão para me suicidar”, disse.
Sónia, que ficou com queimaduras graves depois da explosão, está acusada de “libertação de gases asfixiantes por conduta negligente com intenção de pôr termo à vida”. Na primeira sessão do seu julgamento, a atriz revelou ter pouca memória sobre esse dia, recordando-se apenas que estava muito cansada e de ter adormecido na sala após a ingestão de comprimidos para dormir. “De repente senti uma dor que não consigo descrever, de alguém a agarrar-me e já só me lembro de ir na maca para o hospital”, explicou.
Ontem foram ouvidas cinco testemunhas: um bombeiro, dois agentes da PSP, o coordenador de investigação criminal, que garantiu que os quatro bicos do fogão tinham sido propositadamente abertos para libertar o gás responsável pela explosão, e a inspetora da Polícia Judiciária neste processo, que declarou ter-se apurado que a atriz tinha “álcool no sangue”. Além disso, terá dito aos socorristas que não queria ajuda porque queria morrer, levando à teoria de que queria suicidar-se.
No final da sessão, Sónia não quis prestar declarações aos jornalistas. Já o seu advogado, Jorge Pracana, revelou que a atriz quer “provar a sua não culpabilidade”. De acordo com os exames toxicológicos realizados ao sangue e à urina um dia após a explosão, Sónia Brazão acusou, 0,98 gramas/litro de álcool no sangue, além de substâncias canabinóides, opiáceos e benzodiazepinas (ansiolíticos).
A segunda audiência do julgamento está agendada para o próximo dia 8 de outubro. Sónia Brazão poderá ser condenada até cinco anos de prisão.
Sónia Brazão afirma que não quis suicidar-se
O julgamento da atriz começou ontem, 1 de outubro, no Tribunal de Oeiras.