“Não fiz mais que um depoimento, é assim que vejo a minha obra. Um depoimento, porque passou pelo mundo bastante aflito e atrapalhado da vida e fez o que fez para conseguir respirar. Se não o tivesse feito, tinha morrido sufocado.” Foi assim, com simples humildade, que no dia do seu 93.º aniversário o pintor Artur Cruzeiro Seixas explicou o seu percurso. Depois, numa alusão à sua faceta de poeta, comentou ainda: “A poesia era também um dos meus pulmões, outra forma de respirar. Eu não sou artista. Sou um tipo que fez coisas.”
Neste dia, Cruzeiro Seixas esteve no Porto para a apresentação de uma jarra de edição limitada feita pela Vista Alegre a partir de uma serigrafia sua, A Luz Ainda Não Está Madura. “Está muito bonita, espero que este seja o início de uma colaboração”, declarou o pintor, para depois, lúcido, lamentar a perda da visão, há dois anos. “Tenho muitas saudades de pintar, é como se já tivesse morrido. Este que está aqui não é o Cruzeiro Seixas.”
“Expoente maior do Surrealismo português”, como referiu na ocasião a crítica de arte Maria João Fernandes, o pintor não tem dúvidas de que “o Surrealismo está vivíssimo. É uma das grandes forças do futuro, não tem nada a ver com o passado. É o futuro que interessa realmente ao Surrealismo”. Revelando que tem obras que ainda não foram expostas, fez questão de dizer que as suas portas estão abertas a todos os que as quiserem conhecer.
Cruzeiro Seixas numa ‘jarra-quadro’: “Tenho saudades de pintar… É como se já tivesse morrido”
No dia do seu 93.º aniversário, o pintor apresentou uma jarra de edição limitada feita pela Vista Alegre.
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