Inês Castel-Branco reconhece que não é uma pessoa “de sorriso fácil para as câmaras, mas na vida, sim”. Especialmente quando fala do filho, Simão, de três anos. Apesar de não querer comentar a sua separação de Filipe Pinto Soares, pai de Simão, nem o recente namoro com o humorista César Mourão, a atriz falou sem reservas do seu papel de mãe.
– Depois de gravar as cenas da novela Sol de Inverno onde interpreta uma doente com insuficiência renal que chora muito, só mesmo o sorriso do seu filho para aliviar a carga emocional?
– Mesmo. No fim do dia, quando acabo de gravar, sinto-me pesada e com a emoção à flor da pele… mas depois chego a casa, está lá o meu filho a sorrir e corre tudo bem. Com esta personagem fiquei muito alerta para as questões de saúde dele e dos que me rodeiam.
– Se o Simão espirra fica logo preocupada?
– Não, fico mais alerta. O Simão passou os primeiros dois anos doente, teve imensos problemas pulmonares. Agora está bem e eu respiro de alívio. Mas só de pensar noutro tipo de doenças… aí sim, fico preocupada.
– Sofreu bastante nesses dois anos…
– Foram muito complicados. Ele tinha de fazer uma medicação diária, andar com uma bomba de asma… Mas depois a situação foi estabilizando. O primeiro ano foi complicado, mal respirava, não dormia, só tossia…
– E ao primeiro filho, ao mínimo sinal quase se entra em pânico…
– É verdade. Mas por acaso até acho que aprendi a descontrair dentro do problema, porque achei sempre que ele sentia quando eu ficava aflita, e acabei por ir mantendo a calma.
– É uma criança tranquila?
– Tranquilíssima. Agora começou a fazer as suas primeiras birras, mas controladas. Ele experimenta, nós não deixamos, e acaba ali. Sou muito exigente com a sua educação e nada ‘galinha’. Acho que as crianças têm de se magoar, cair e aprender a viver com os perigos que existem. Não tiro uma mesa da minha sala porque é perigosa e ele pode bater com a cabeça no canto. Aviso, e se ele bater uma vez, já não vai bater a segunda.
– Não é mãe galinha, mas é babada. Sempre a mostrar as fotos do Simão que tem no telemóvel…
– É verdade, também gosto de ‘postar’ fotos dele na minha página pessoal de Facebook… sou mesmo uma mãe babada. E se por um lado o quero proteger desta exposição pública, por outro apetece-me mostrar a toda a gente como ele é lindo. Ele fez agora três anos e ainda não percebe bem o meu trabalho ou porque é que as pessoas pedem para tirar fotos comigo…
– Ainda é muito pequeno para perceber o que sai na imprensa, neste caso o que tem sido publicado em relação à sua separação e ao namoro com César Mourão…
– O que sai na imprensa é sempre controlável para as crianças desta idade. Ele também não vai a papelarias ou quiosques e na escola não se fala nisso. Estou tranquila.
– O Simão fez três anos há pouco tempo e desde aí muito mudou na sua vida…
– O que incomodava deixou de me incomodar, deixou de ter importância. As minhas prioridades e objetivos mudaram completamente para se focarem nele, no seu bem-estar e felicidade. E a isso vêm associados alguns sentimentos de culpa, acho sempre que se falho, isso vai refletir-se na sua personalidade e vida futura. A pressão do que ele pode vir a tornar-se é grande.
– Tem muitas vezes esse sentimento de culpa?
– Acho que sou boa mãe. O meu único sentimento de culpa é em relação ao tempo que tenho com ele, porque muitas vezes estou a trabalhar até às 20 horas e ele sai da escola às 16. Se por um lado tenho fases em que estou a trabalhar neste registo, por outro tenho outras em que estou, por exemplo, seis meses completamente dedicada a ele. Por isso, acho que acabo por compensar. Mas custa muito estar longe dele, fico cheia de saudades… E quando estou com ele, tento muito não deixar que esta culpa me torne mais permissiva, acho que isso é um erro. No tempo que estou com ele continuo a educar, mantenho a exigência habitual.
– Atualmente está nessa fase de trabalhar até às 20 horas. Como faz para estar com ele, levá-lo à escola…?
– Tenho muitas ajudas. Tenho a ajuda da escola dele, que abre mais cedo só para o receber (é escola onde andei, a diretora foi minha professora), tenho a ajuda da minha mãe, dos meus irmãos e de algumas amigas. Normalmente, quando recebo os planos da semana seguinte, percebo logo em que dias vou precisar de ajuda e mando logo mensagens para este leque de pessoas. Como ele é uma criança fácil e muito agradável de se estar, tenho sempre alguém que se oferece para ficar com ele.
– E ele fica bem?
– Fica. Às vezes, quando o vão buscar à escola, ele pergunta por mim e faz um beicinho, mas depois distrai-se com outra coisa qualquer. E isso dá-me um aperto no coração, por isso já pedi para não me contarem. Mas ele agora já fala imenso e diz-me: “Fiquei triste porque não era a mãe.” E eu explico-lhe que estava a trabalhar. E ele diz: “A mãe trabalha muito.” Já comecei a explicar-lhe que trabalho para ganhar dinheiro, e para que serve o dinheiro… Acho bom ele ter uma justificação para a minha ausência.
– Já o levou consigo para as gravações?
– Já, para ele entender melhor o que faço e onde estou quando digo que vou trabalhar. E quero levá-lo mais vezes. Levei num dia em que gravei exteriores e que havia cavalos, e como adora animais, nem sequer olhou mais para mim e foi à vida dele.
– Depois de um dia de gravações, quando chega a casa ainda há paciência para passear e brincar com o Simão?
– Claro, adoro ir a jardins com ele. Mas ele é muito caseiro, diz-me que prefere ficar em casa e eu tento contrariar isso. Ao fim de semana fazemos sempre um programa cultural, seja ir ao teatro, a uma exposição, nem que seja para ele associar os meus fins de semana à cultura. E temos sempre a casa cheia de amigos, primos… Ele está sempre muito acompanhado e sempre com pessoas diferentes desde que nasceu, acho que isso é muito importante para a sua personalidade, a forma como lida com os adultos é muito boa, não se retrai, não é envergonhado.
– Não se acha demasiado educativa e menos brincalhona com o seu filho?
– Desde o início que esse sempre foi um dos nossos objetivos, tanto meu como do pai, que ele seja uma criança bem-educada. Primeiro porque não suporto crianças mal-educadas, e depois para se viver em comunidade é importante ter-se certos valores, como respeito pelo próximo. E ele ainda nem falava já eu lhe dizia que tínhamos sempre de dizer ‘obrigado’, ‘se faz o favor’. Acho isso muito importante. A minha mãe fazia isso comigo e eu estou a repetir esses comportamentos e não tenho vergonha nenhuma, até porque a longo prazo isso vai ser importante na vida dele assim como foi na minha. Lembro-me, por exemplo, de que quando comecei a trabalhar em televisão me diziam frequentemente que eu era muito educada e formada, que agradecia tudo e não tratava mal ninguém. E eu quero passar isso para ele. A mãe não tem de ser amiga, mas sim educadora, amigos são os da escola. Os pais podem sentir um sentimento parecido com a amizade, mas é amor.
– Disse em tempos que queria ter uma menina, queria dar uma irmã ao Simão…
– Adoraria ter mais filhos, não me consigo conformar que só vou ter um. Espero mesmo ter mais, e se for menina, melhor.
Inês Castel-Branco: “Adorava ter mais filhos, não me conformo com a ideia de ter só um”
Aos 31 anos, a atriz diz ser uma mãe babada, nada ‘galinha’ e muito exigente com a educação do filho, Simão, de três anos. Até porque não gosta de crianças mal-educadas.
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