Não há qualquer dúvida: Gisele Bündchen, de 33 anos, faz história no mundo da moda. O sorriso fácil, a forma como desfila e o olhar marcante perante as câmaras transformaram-na numa top model de renome internacional, cujo sucesso é estrondoso. Longe das passerelles, a manequim brasileira tem um lado que poucos conhecem. Descalça, com um vestido leve e confortável, Gisele recebeu a CARAS no hotel onde ficou hospedada em S. Paulo. Apreciava uma chávena de chá e ouvia uma música relaxante, o que contrastava com a atmosfera alucinante que iria viver umas horas depois num desfile da Semana da Moda de São Paulo. “Dediquei-me a cem por cento à carreira, mas quando já estava preenchida profissionalmente, comecei a rever as minhas prioridades. Hoje, apesar de trabalhar, o que me interessa é ter um estilo de vida mais calmo, tranquilo e cuidar da família. Sou muito mais feliz assim!”, revela a manequim que é mãe de Benjamin, de três anos, e de Vivian, de um ano, da união com a estrela do futebol americano Tom Brady.
Prestes a completar 20 anos de carreira e a liderar o ranking das top models mais bem pagas do mundo, Gisele divide-se entre os papéis de mãe, mulher, modelo e empresária, além de embaixadora do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
– Após quase 20 anos, vê a profissão com outro olhar?
– Comecei a trabalhar com 14 anos, uma idade difícil em que não sabemos quase nada sobre a vida, estamos a tentar encontrar o nosso papel na sociedade e a descobrir-nos como pessoas. Tudo estava a acontecer rápido demais na minha carreira, mas com o tempo ganhei confiança, calma e maturidade.
– As mudanças influenciaram o modo como se cuida?
– Vim do interior do Rio Grande do Sul, comia arroz e feijão todos os dias e a minha atividade física era o voleibol. Da rotina simples entrei para a loucura das semanas de moda: dormia duas ou três horas por dia, só comia porcaria e não tinha noção de como aquilo prejudica a saúde. Hoje sei qual é a importância da alimentação saudável, de fazer exercício e ter tempo de meditar.
– A rotina saudável reflete-se no seu dia-a-dia…
– Quanto melhor cuido de mim, melhor consigo desenvolver os meus papéis de mãe, mulher, profissional e amiga. A mulher é a grande base da família e, se ela não estiver bem, nada está bem. Na minha casa, pelo menos, é assim!
– Como concilia todas essas as funções?
– Quando estou com os meus filhos, por exemplo, não atendo o telemóvel e não faço coisas paralelas, simplesmente fico com eles, a brincar, a ir ao parque infantil. Se estou com o Tom ou a trabalhar, é a mesma coisa. Vivo os momentos como se eles fossem únicos.
– Viver o presente foi algo que aprendeu construindo a família?
– Realmente, antes eu não tinha essa noção, ou melhor, não tinha essa necessidade. Depois de ser mãe e mulher, acumulei funções diferentes e precisei de aprender a administrá-las.
A família mudou as minhas prioridades, é o bem mais importante para mim. Sempre quis ser mãe e ter família. Aconteceu na hora certa.
– Como é que é ser mãe de uma menina?
– É incrível como as meninas precisam de mais carinho. A Vivian é delicada, doce e quer andar sempre ao colo. Vai ser uma grande parceira. Já os meninos, são cheios de energia.
– O Benjamin e o Jack, filho do Tom, tiveram ciúmes dela?
– No início, sim. O Benjamin chegou inclusivamente a querer mamar, como a irmã. Agora, reservo um tempo exclusivo para eles, vamos ao parque, jogamos à bola, é uma maneira de verem que todos têm lugar.
– Há espaço para mais filhos?
– Neste momento estou com as mãos cheias [risos]. Estamos bem assim e não sei se no futuro quero sentir tudo de novo. Hoje sinto-me completamente realizada.
Gisele Bündchen: “A família mudou as minhas prioridades”
Mãe de Benjamin, de três anos, e de Vivian, que completou um ano em dezembro, da união com o jogador de futebol americano Tom Brady, Gisele Bündchen divide ainda as atenções com o enteado, Jack. Quanto a aumentar a família, a manequim diz que não é uma prioridade e que neste momento se sente preenchida com a família que tem.