Começou a trabalhar como modelo aos 18 anos, depois de ter conquistado o título de Primeira Dama de Honor no concurso Miss Portugal 1989. Formou-se na escola de Brian McCartney, trabalhou com Victor Nobre e foi o estilista José Carlos quem a incentivou a arriscar uma carreira internacional, tendo sido imagem das campanhas da marca de cosméticos italiana Diego Dalla Palma entre 1998 e 2003. “Costumo dizer que o meu coração é italiano, mas a minha alma é lisboeta”, assegurou Angélica Rosado à CARAS, durante uma conversa à beira-mar, junto à praia de Porto Novo, no Vimeiro. Foi nesta zona que a modelo reencontrou a paz de espírito que procurava depois de ter perdido os pais. Foi para ali morar com o filho, José Pedro, de 11 anos, fruto do seu casamento com o consultor imobiliário Nuno Pinto Leite, de quem se separou em 2008.
– Deixar o centro de Lisboa, onde tinha a sua vida organizada, não deve ter sido uma decisão fácil…
Angélica Rosado – Foi uma decisão muito ponderada, mas, estando ligada à publicidade, tenho flexibilidade de horários e tenho conseguido gerir tudo bem. Continuo a ir muito ao centro de Lisboa e aqui o meu filho encontrou a qualidade académica que procurava. Eu, como pai e mãe que sou, só posso ficar feliz com a alegria e a inspiração com que o José Pedro vive esta mudança e, enquanto tudo isto me fizer bem ao corpo e ao espírito, vou permanecer nesta zona.
– Diz que é mãe e pai do José Pedro. Não será esta uma responsabilidade grande demais para assumir sozinha?
– Sim, mas fico muito contente por conseguir desempenhar esses dois papéis. Tenho percebido isso perfeitamente.
– Ser mãe era um desejo antigo?
– Fui surpreendida tardiamente com a alegria da maternidade. E, como não vivo aos bocadinhos – sou uma mulher de paixões –, saboreio a maternidade fração de segundo a fração de segundo. Sabe-me bem.
– Lamenta ter só um filho?
– Pelo contrário, dou graças a Deus por ter um filho.
– Tem-se mantido afastada de eventos sociais. Não sente falta dos holofotes da fama?
– Não, em tudo aprendo. Os holofotes são sempre enriquecedores, eu estou sempre a aprender. É claro que gosto de os ter, fazem parte de mim, fazem-me feliz.
– O que sente quando olha para as fotos que marcaram o início da sua carreira?
– Ser-se jovem é uma doença que o tempo cura.
– Mas lida bem com a transformação da sua imagem ao longo dos anos?
– Sim, sobretudo por ela estar mais apurada. Interiormente, as diferenças são boas. Saboreamos tudo de outra maneira.
– E as transformações exteriores?
– Também, porque essas só acontecem porque estou viva, portanto, é ótimo.
– Aprendeu a dar mais valor à vida depois de ter perdido os seus pais?
– A melhor coisa que posso sentir todos os dias é que estou viva, é uma liberdade que ninguém me pode tirar.