No passado dia 2 de fevereiro, Fernando Tordo, de 65 anos, publicou no seu Facebook um post em que anunciava que ia viver e trabalhar para o Brasil: “A vida aqui no meu País, ao fim de 50 anos de profissão, tornou-se impossível, sem trabalho. Mas vou sem amargura, sem tristeza; a vida ensina que enquanto houver caminho (…)” As reações a este post do autor e intérprete de Adeus Tristeza não se fizeram esperar, tanto na imprensa como nas redes sociais, onde proliferaram palavras de apoio, mas também muitas críticas, nomeadamente pelo seu passado ligado à música de intervenção.
Entretanto, no passado dia 18, Fernando rumou mesmo ao Brasil. No dia a seguir, o seu filho, o escritor João Tordo, de 38 anos, manifestou a sua tristeza com uma longa carta aberta dirigida ao pai, que publicou no seu blogue e da qual divulgamos alguns excertos: “Ontem, o meu pai foi-se embora. Não vem e já volta; emigrou para o Recife e deixou este país, onde nasceu e onde viveu durante 65 anos (…) Ontem, quando me deitei, senti-me triste. E, ao mesmo tempo, senti-me feliz. Triste, porque o mais normal é que os filhos emigrem e não os pais (…) Feliz, porque admiro-lhe a coragem de começar outra vez num país que quase desconhece (e onde quase o desconhecem), partindo animado pelas coisas novas que irá encontrar (…) quase sem o querer, li alguns dos comentários à sua partida. Muita gente se despediu com palavras de encorajamento. Outros, contudo, mandaram-no para Cuba. Ou para a Coreia do Norte. Ou disseram que já devia ter emigrado há muito. Que só faz falta quem cá está. Chamam-lhe palavrões dos duros. Associam-no à política, de que se dissociou activamente há décadas (…) Eu entendo o desamor (…) O que eu não entendo é o ódio (…) Quer se queira, quer não, ele faz parte da história da música em Portugal.”
A esta carta do filho, partilhada milhares de vezes nas redes sociais e também ela ora criticada ora louvada, Fernando Tordo respondeu pelo Facebook: “Não entristeças, João. Temos dado o melhor de nós.” Quatro dias depois da carta que escreveu ao pai, João Tordo esteve na antestreia de O Filme Lego, onde lhe perguntámos como estavam ele e o pai a lidar com toda esta controvérsia. “Esse é um assunto sem importância, mas que se transformou numa bola de neve. O meu pai está super contente e eu fico muito feliz por ele”, assegurou o Prémio José Saramago 2009.
João Tordo fala da ida do pai para o Brasil: “Ele está super contente”
O filho de Fernando Tordo assistiu à antestreia de ‘O Filme Lego’ com o sobrinho, Matias, e falou do facto de o pai ter emigrado para o Brasil aos 65 anos. O músico viajou no passado dia 18 e já está estabelecido no Recife.
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