Bonita, talentosa e
bem-educada, Victoria Guerra conquistou simpatias durante o jantar
organizado pela CARAS para a entrega dos prémios Eleição Elegância. No final da
noite, a atriz descobriu que tinha sido ela a mais votada como portuguesa mais
elegante e não escondeu a gratidão por este reconhecimento do público.
– No primeiro ano em que é nomeada, fica em primeiro lugar. Deve ser
lisonjeador…
Victoria Guerra – É, faz-me muito bem ao ego, devo dizer. Primeiro,
porque a equipa de jurados é realmente fantástica. Depois, o vencedor é eleito
através da votação do público e isso é muito bom, porque o meu trabalho é para
o público, é para as pessoas que estão em casa todos os dias a verem-me. Quero
acreditar que este prémio também tem a ver com o meu trabalho e não só com a
elegância, que não é só a forma como a pessoa se veste. Todas as mulheres
nomeadas se vestem bem, mas é a forma como se apresentam ao público, a forma como
levam a vida delas, como encaram a sua profissão, como cuidam das suas famílias
que as torna elegantes. E a forma como se comportam, a boa educação… Foi
sempre isso que eu tentei transmitir. Trabalho num meio muito complicado, é
muito fácil as coisas subirem-nos à cabeça. Os últimos dois anos para mim foram
fantásticos e é muito fácil uma pessoa achar, de repente, que é a dona do
mundo, e não somos. É muito importante ter os pés bem assentes na terra.
– Quem é que a ajuda a ter os pés bem assentes na terra?
– A minha família, o meu namorado, a minha agência, todas as pessoas próximas
de mim me ajudam nisso.
– Quem é, para si, uma referência em termos de elegância?
– Tanta gente… Das mulheres que estavam presentes neste jantar destaco, por
exemplo, a Luísa Beirão, que eu acho de uma elegância enorme. Uma mulher
trabalhadora, lutadora, tem uma família maravilhosa…
– E a nível internacional?
– Podia nomear milhares de mulheres, mas talvez a Cate Blanchett. Gostei
muito da forma como discursou nos Óscares. Foi de uma humildade que me
impressionou, além de ser uma atriz extraordinária.
– O que considera deselegante?
– A ingratidão, por exemplo. Não dar valor às coisas que acontecem. Estamos há
vários anos a viver num país com problemas gigantes e acho que se deve dar
valor às coisas boas que nos acontecem.
– Foi difícil a escolha do look para esta noite?
– Pela primeira vez estou a trabalhar com um stylist, o João Pombeiro,
que me ajudou com a roupa de hoje.
– Mas apesar do stylist, a escolha final é sempre sua…
– Obviamente. Sempre fui eu a escolher as minhas coisas porque gosto de ter
esse controlo. Como sou atriz, no ecrã apareço sempre em personagem. Por isso,
quando tenho oportunidade para isso, gosto de ser eu própria. Se não gostar ou
não me sentir confortável com alguma roupa, não a visto. Neste momento, estou
com muito trabalho e está a ser muito difícil ter tempo para tratar de tudo. O
João é fantástico e conhece-me bem. Ele tem uma visão fantástica, tem a sua
assinatura, claro, mas tenta conhecer bem as pessoas para as vestir de acordo
com os seus gostos e preferências, de forma a que se sintam confortáveis. A
escolha do look para esta noite não era fácil, porque se tratava de um
jantar da CARAS, que é uma revista de muita classe, é uma revista da empresa a
que pertence minha estação, a SIC, e acho importante transmitir alguma coisa
para o público. Ainda por cima, tendo em conta o tema dos prémios, achei
importante estar elegante.
– Continua muito atenta às tendências?
– Isso sempre! Ainda há dias estive na ModaLisboa, vi o desfile do Filipe
Faísca, que amei, foi absolutamente incrível, mas isto é uma coisa que
acontece desde pequenina.
– Incutido por alguém em particular?
– Não, foi uma coisa natural. Sempre gostei de ‘trapinhos’, de moda, de estar
atenta. Gosto de misturar as tendências mas, acima de tudo, de me sentir
confortável. Sempre gostei e então agora, sendo atriz e tendo uma imagem a
manter, tenho alguma responsabilidade perante o público. Além disso, tenho
oportunidade de me vestir com coisas muito giras e tenho que aproveitar!
[risos]
– O que é que não vai faltar no seu guarda-roupa esta estação?
– As calças de fato, por exemplo, que estão muito na moda e podem usar-se com
ténis. É daquelas misturas estranhas, mas eu gosto dessas misturas. Não tenho
um estilo próprio, gosto de misturar o punk com o clássico.
– E em relação ao corpo, tem muitos cuidados de beleza?
– Uma das minhas preocupações é beber muita água, depois, tenho muitos cuidados
com o rosto. Desmaquilho-me sempre e uso um bom creme hidratante. O meu
namorado costuma dizer que passo uma hora a desmaquilhar-me! Pode parecer
fútil, mas o meu corpo é o meu instrumento de trabalho. Se eu não estiver bem,
isso vai-se notar. Portanto, acho que é importante cuidar do nosso corpo, não
só por fora mas também por dentro.
– Agora está a preparar-se para um novo desafio?
– Sim, vou fazer a peça de teatro 8 Mulheres, com encenação de Hélder
Gamboa. Vou trabalhar com sete mulheres absolutamente maravilhosas. A
estreia está marcada para 27 de abril no Teatro da Trindade. Começámos a
ensaiar há cerca de uma semana.
– É a sua estreia em teatro?
– Só fiz teatro amador, no The Lisbon Players, há cerca de três anos. É
a primeira vez que faço uma peça com atores profissionais, com um elenco
fantástico, e num grande palco.
– E parece que fica nervosa só de pensar nisso…
– Estou muito nervosa. Sou muito perfeccionista. Se é para fazer as coisas, é
para fazer bem. Obviamente que vou errar, vou errar a minha vida toda. Se calhar
até com 50 anos vou fazer um trabalho que vai correr muito mal. Faz parte do
nosso trabalho. E vai haver sempre pessoas que vão gostar e pessoas que não vão
gostar, mas eu sou perfeccionista e, por isso mesmo, estou muito nervosa,
obviamente.
Victoria Guerra: “Deselegante é, por exemplo, a ingratidão”
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Victoria Guerra
João Lima
Victoria Guerra
João Lima
A atriz, de 24 anos, sente-se lisonjeada por ter sido eleita a mulher portuguesa mais elegante pelos leitores da CARAS.