Manuel Forjaz morreu este domingo, em Lisboa, depois de cinco anos a lutar contra um
cancro do pulmão. Nas redes sociais são muitos os amigos, conhecidos e colegas,
muitos deles famosos, que lhe dedicaram algumas palavras. Em comum, esses
testemunhos têm o facto de relembrar a sua alegria de viver, a sua determinação
e a sua frontalidade.
Leia algumas mensagens
Catarina Furtado: “Queridos Antonio,
Zé Maria e adorável Ruiva, o meu abraço é eterno. Quem disse que o Manel não
venceu? A prova está no facto de ter partido sem dar por isso. Nós é que vamos
dar pela sua falta. Mas as lições que nos deixou vão acompanhar-nos todos os
dias. Com ele a orquestrar lá de cima.”
Tânia Ribas de Oliveira: “Entrevistei-o no dia 23 de março, na
Maratona da Saúde, na RTP. Sim, há menos de 15 dias. As suas palavras
arrancaram aplausos de pé de toda a plateia na Aula Magna. Um homem
verdadeiramente inspirador. Morreu hoje o Manuel Forjaz. E, como sempre
sublinhou que aconteceria, morreu de cancro. Mas o cancro nunca o matará.”
Manuel Luís Goucha: “Conheci Manuel Forjaz há precisamente 20
anos. O seu livro “Nunca te distraias da Vida” lembra-me o ano em que foi:
1994. Eu apresentava o “Praça da Alegria” e o Manel era, então, director-geral
da Livraria Bertrand e na altura meu convidado para falar de uma iniciativa
sua, a primeira edição de Livros no Chiado. Lembro-me do impacto que causou,
porque bem apessoado, sem dúvida, mas sobretudo pela clareza de raciocínio,
pela paixão com que defendia o projecto e pela clara capacidade de mobilização.
Não mais lhe perdi o rasto. Ao longo do tempo fui sabendo dele, pelo próprio e,
particularmente, pela sua mulher Helena, com quem trabalho há alguns anos,
primeiro na RTP, depois na TVI. Esse Manel, fonte de inspiração, foi o mesmo
que encontrei, vinte anos depois, no seu livro e que tive o privilégio de
apresentar perante uma plateia de centenas de amigos e admiradores. As
circunstâncias eram diferentes: o Manel há quatro anos que lutava contra um
cancro, mas em momento algum deixou de ser o Manel que avassala, que arrebata,
que empolga. A agenda continuava a ser sua, ainda que, agora, partilhada por
médicos, consultas e tratamentos. E em momento algum o vi querer desistir ou,
mesmo, abrandar. Achá-lo um coitado era ofendê-lo na sua inteligência e
dignidade. A vida continuou com projectos, ideias, alegrias, desafios e… um
cancro. Que não levou a melhor… até hoje. Nesta luta desigual, o cancro venceu.
Mas não nos levou o Manel. Levou um corpo cansado, massacrado, mas não a sua
luz, não o seu sorriso, não a sua verdade. Pessoas assim só morrem quando as
matamos no nosso coração e na nossa memória. Estou triste, claro que sim… mas o
encantamento de o ter (sim, de o ter) na minha vida, é certamente maior. Por
isso, de Manel para Manel te prometo: nunca me distrairei da Vida!”
Pedro Abrunhosa: “Hoje faleceu Manuel Forjaz, Amigo,
Comandante de conversas e ensinamentos. Falámos tantas e tantas vezes do
absurdo da morte. Rimos e desejámos juntos um tempo melhor para o tanto que
tínhamos a sonhar juntos, de tão separados éramos no espaço. E ainda há tão
pouco tempo me dizia na sua despreocupada bonomia: ‘ A tua música enche os meus
dias!’ Eu, silencioso viajante do seu percurso, ouvia-o naquela sua
tranquilidade de quem vive a vida a tempo inteiro, sem intervalos nem concessões.
Era um Homem profundo e intrinsecamente Bom.”
José Alberto Carvalho: “Morreu um
amigo. O dia está lindo. Era assim que ele queria. Morreu um amigo de todos os
amigos que não sabiam que eram amigos dele e muitos que eram sem que ele
soubesse. Morreu um combatente. Morreu uma pessoa que nos ajuda a viver. Sabia
– sabíamos todos – que este dia chegaria. Não tinha pensado no que faria. Nem
como reagiria. Uma estranha paz angustiada tomou conta de mim. Acendi duas
velas junto à fotografia dos meus filhos e decidi ouvir o «Ilumina-me», do
Pedro Abrunhosa. Vale a pena a letra. Vale a pena a vida. Vale a pena quem
nos ilumina. E vale a pena tentar iluminar outros. Até já Manel”
Jessica Athayde: “És o maior! RIP”
Lourenço Ortigão: “Na última vez que estivemos juntos, na
apresentação do teu livro, comprei o livro e pus-me na fila para que tu o
autografasses. Foi aquela pressa característica de pessoas como eu que me fez
contornar a fila para te dizer que estava aflito de tempo e que precisava de ir
embora: “não faz mal, o teu assino quando formos jantar, com uma dedicatória
como deve ser” disseste tu. Não chegaste a assinar. Se por um lado me
arrependo por não ter posto o livro na mesa logo ali, por outro sinto que foi
um privilégio ter privado mais esse bocadinho contigo, olhos nos olhos e não
por um mero ritual. As pessoas que admiramos, aquelas com as quais nos
identificamos, as mais inteligentes, as mais bem sucedidas, são as que nos
conseguem fazer mudar a nossa perspectiva de vida, são os que nos transmitem
uma mensagem, os que mudam alguma coisa em nós. Sinto-me honrado por te ter
conhecido de perto, tu que com poucas palavras me conseguiste prender a atenção
e ensinar a ver a vida de outra maneira. Deixas uma legião de fãs incluindo eu
que estarão aqui para olhar e rezar pela tua família extraordinária. Descansa
em paz grande Manuel e obrigado por tudo. PS: Vou fazer tudo, mesmo tudo para
“não me distrair da vida””
Cristina Ferreira: “Hoje não Manel. Não era agora. Agora
ninguém esperava. Mas talvez Aquele em que acreditavas achou que sim. E lá
foste tu. Obrigada pelo que nos deixaste. Boa viagem. Cf”
Caras conhecidas reagem à morte de Manuel Forjaz
O professor e empresário perdeu a longa batalha que travou contra o cancro durante cinco anos.