O julgamento de Oscar Pistorius, acusado do homicídio
da namorada, Reeva Steenkamp, já está
decorrer desde o início de março, mas só hoje a defesa do atleta sul-africano
começou a expor a sua versão dos factos. E depois de ouvida a primeira
testemunha, o especialista Jan Batha,
que falou sobre o impacto da deficiência na vida de uma pessoa, especialmente
na infância, quando os colegas podem ser muito cruéis, foi a vez de Pistorius
falar pela primeira vez em tribunal. Emocionado, sem conter as lágrimas e
visivelmente perturbado, o desportista pediu desculpa à mãe e aos outros
familiares da modelo que se encontravam na sala de audiências, dizendo “não poder imaginar a dor” que têm
sentido. “Todas as manhãs quando me
levanto, são as primeiras pessoas em quem penso, pelas quais rezo”, afirmou.
O atleta continua a afirmar que disparou sobre a namorada por engano, por
pensar que se tratava de um ladrão que tinha entrado em sua casa. Oscar Pistorius
assumiu também que vive num estado de perturbação quase permanente desde o crime,
que toma antidepressivos e soporíferos e que perdeu muito peso. “Tenho pesadelos horríveis, desperto e
sinto o cheiro de sangue”, esclareceu o atleta.
Nesta sessão, Oscar Pistorius recordou também a sua infância, adiantando que
tinha desde muito cedo vivia aterrorizado pela ideia de assaltantes entrarem na
casa onde vivia com a mãe, Sheila,
que morreu quando tinha 15 anos. Falou ainda das constantes ausências do pai, Henke, que ainda não apareceu no
Tribunal Superior de Pretoria desde que o filho começou a ser julgado.
Oscar Pistorius pede desculpa à família de Reeva Steenkamp


A família de Reeva Steenkamp
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Oscar Pistorius
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O atleta começou hoje a ser ouvido no âmbito do julgamento em que é acusado de assassinar a namorada.