Para o público português, Regina Duarte quase dispensa apresentações. Em 50 anos de carreira, a atriz já deu vida a algumas das mais emblemáticas personagens da televisão brasileira, incluindo a viúva Porcina, em Roque Santeiro, e Maria do Carmo, em Rainha da Sucata, não esquecendo as três vezes que assumiu o papel de Helena nas novelas de Manoel Carlos. Por isso, sempre que vem a Portugal, Regina Duarte é reconhecida e muito bem recebida, como partilhou na conferência de imprensa que deu a propósito da exibição no FESTin do documentário A Arte de Interpretar – A Saga da Novela Roque Santeiro, no qual participou: “Os portugueses são mais expansivos do que os brasileiros. Quando se aproximam e falam comigo, fazem-no de forma apaixonada. O carinho que recebo em todos os lugares onde vou é maravilhoso. Ontem, enquanto caminhávamos na rua, as pessoas reconheciam-me e foi ótimo. Não me incomoda nada.”
Na conferência, Regina conversou com todo o seu à-vontade. De gargalhada espontânea, a atriz não teve tiques de vedetismo e foi com naturalidade que mostrou o seu lado mais pessoal, revelando as suas maiores fragilidades e sonhos. “A nossa profissão é muito voraz e, lamentavelmente, temos de fazer um grande esforço para ter a família como prioridade. Há anos que penso abrandar o ritmo para me dedicar mais aos meus netos e conseguir estar mais com eles do que estive com os meus filhos, mas não consigo”, contou a atriz, que tem três filhos e quatro netos, com o quinto a caminho.
Dois dias depois, a atriz recebia com pesar, ainda em Portugal, a notícia da morte de José Wilker. “O Brasil perde hoje um ator de inteligência aguda que impregnava suas interpretações com humor e ironia”, declarou.
Regina Duarte: “O carinho que recebo em Portugal é maravilhoso”
A atriz veio a Lisboa a propósito da exibição no FESTin de um documentário no qual participa.