Elsa Raposo está calmamente à espera da chegada dos 50 – que completa no próximo mês de agosto – e não se mostra minimamente preocupada com o passar dos anos. Que, diga-se de passagem, não lhe têm roubado beleza. A viver na África do Sul, para onde foi há quatro anos atrás de uma grande paixão, a ex-modelo e atriz dedica-se agora a fazer trabalhos de decoração. E, quando as saudades apertam, volta para os braços dos pais, dos filhos – Afonso, de 20 anos, Francisco, de 19, e Lourenço, de 17 – e dos amigos.
De passagem por Lisboa, Elsa esteve à conversa com a CARAS e mostrou-se uma mulher calma e ponderada, qualidades que diz ter conquistado durante uma estada/retiro espiritual no Brasil.
– Está cá há umas semanas. Qual o propósito deste regresso? É para ficar de vez ou só para matar saudades?
Elsa Raposo – Neste momento, vivo na África do Sul e adoro. Mas fui à Bélgica e a Frankfurt por razões profissionais e não fazia sentido estar na Europa e não vir a Portugal. E assim aproveitei para matar saudades das pessoas que mais amo e que fazem diferença na minha vida e para estar na festa de aniversário da minha mãe, que recuperou de um mal prolongado.
– Como é que ultrapassa as saudades da família, nomeadamente dos seus filhos?
– A saudade existe sempre, mas a meditação diária e o ioga ajudam-me a gerir esta emoção. E depois falo com os meus pais várias vezes por semana, eles são o meu porto de abrigo. Quanto aos meus filhos, além das visitas possíveis, falamos pelo telefone e pelo Skype a qualquer hora do dia. A distância provocou um contacto ainda mais forte, mais profundo. Falta, é claro, o carinho físico que nos caracteriza. Porque nos mimamos muito!
– O que a faz mais feliz quando olha para eles?
– Além de terem personalidades lindas, são uns filhos muito carinhosos. Toda a família e amigos admiram e adoram os meus filhotes. São seres fantásticos! Todos os dias dizemos: “Amo-te!”
– Quando foi para a África do Sul, em 2010, estava apaixonada por Patrick Haillot e, segundo alguns sites de notícias, anunciou o seu casamento. O que se passou entretanto?
– Sim, estava apaixonada quando fui para a África do Sul e dei uma oportunidade a essa paixão. Eu estava de partida para Angola, com um contrato de trabalho, e acabei por prescindir dele por amor. Entretanto, o rumo do nosso amor mudou e hoje somos bons amigos. Mas não anunciei casamento nenhum, nunca. Existiu, sim, uma cerimónia espiritual afro-brasileira, mas ainda é muito cedo para falar nisso…
– Está então a viver sozinha em Cape Town. É fácil viver sem partilhar os seus dias com um amor?
– Vivo sozinha, mas não vivo na solidão. Estou sozinha há um ano por opção. Foi uma decisão difícil, mas muito consciente. E agradeço todos os dias por estar onde e como estou. É óbvio que há dias em que se sente falta “daquele” abraço apertado, mas sei esperar sem pressa. Não está na minha natureza viver sozinha para sempre. Vai acontecer algo maravilhoso! Eu acredito nisso! [Risos]
– É fácil conquistar o seu coração hoje em dia?
– É difícil, sempre foi, e agora ainda mais. Os meus amigos fazem almoços e jantares para eu conhecer pessoas, só que isso piora tudo. Mas acho graça, é sinal de que gostam muito de mim. São muito queridos.
– Entretanto, na África do Sul tornou-se decoradora…
– A decoração é um universo muito criativo, tem tudo o que me fascina, e acabei por me dedicar a ela, sim. Comecei por redecorar a casa de um amigo, depois fiz o mesmo nas outras quatro casas que ele tem em África e daí chegaram outras oportunidades, que abracei sem hesitar.
– Parece ter feito muitos amigos lá…
– Tenho amigos e muitos conhecidos. Camps Bay, onde vivo, é uma comunidade pequena, onde é muito fácil estabelecer laços de amizade. A vida é muito simples, fazemos caminhadas na montanha, passeios na praia, churrascos, sempre em grupo e sempre com pessoas novas. Além de que, de vez em quando, a família e amigos de cá visitam-me. Ah, é verdade, e toda a gente adora a minha comidinha! [Risos]
– Como lida com o passar dos anos?
– Abracei uma vida muito saudável. A meditação e o ioga são fundamentais. É bom estar em forma. Cuido bem da minha pele e as rugas fazem parte da minha história, é assim mesmo. Tem tudo a ver com o saber aceitar e simplificar a vida. Estou mais confiante do que aos 40 e entusiasmo e energia tenho de sobra! [Risos]
– Em que é que mudou? Muitos arrependimentos? Mais maturidade?
– Os arrependimentos são erros. Errei por não ter arriscado mais, por aquela oportunidade perdida, por não me ter protegido mais, mas aprendi com isso. Aprendi que vale mais perder tudo do que não ter nada para perder. E que dos arrependimentos vêm recomeços. Há mais excelentes lembranças de um passado bem vivido do que o oposto.
Elsa Raposo: “Não está na minha natureza viver sozinha para sempre”
À porta dos 50, e sozinha há um ano, a ex-modelo continua a encantar-se pela vida e a acreditar no amor.
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