Depois de, no passado dia 20 de junho, ter deixado a presidência do Banco Espírito Santo (BES) e de a 24 de julho ter sido constituído arguido no âmbito da operação Monte Branco (que investiga a maior rede de branqueamento de capitais alguma vez detetada em Portugal), na manhã do último dia 4 de agosto Ricardo Espírito Santo Salgado viu o nome da sua família apagado da instituição bancária fundada há quase 100 anos pelo seu bisavó, José Maria do Espírito Santo e Silva.
O anúncio de que o BES ia ser dividido em duas partes – uma “boa” e uma “má” –, e que a “boa” seria rebatizada com o nome de Novo Banco e passaria a ser propriedade do Fundo de Resolução Bancária (gerido pelo Banco de Portugal, mas fundeado nos restantes bancos do setor) e salvaguardaria a posição dos clientes recebendo para tal uma injeção de capital de 4900 milhões de euros foi dada pelo governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, no passado domingo. E logo na segunda-feira de manhã as antigas agências do BES abriram como agências do Novo Banco.
Ao comando do BES (que ainda há um mês era o segundo maior banco português) desde 1991, ano da reprivatização, Ricardo Salgado está agora indiciado pelos crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais. Recorde-se que o ex-banqueiro foi posto em liberdade sob uma caução de três milhões de euros e está impossibilitado de sair do país e de contactar com algumas pessoas relacionadas com o processo. Retirado na sua casa de Cascais, Ricardo Salgado terá agora na mulher, Maria João, nos três filhos e nos seis netos o seu maior apoio.
Ricardo Salgado vê nome da família apagado do banco que o bisavô criou
Um dos últimos eventos sociais a que o ex-banqueiro e a mulher, Maria João, compareceram juntos foi a antestreia do filme ‘Grace do Mónaco’, no Palácio Estoril Hotel, a 16 de maio.