Lauren Bacall: A última das divas de Hollywood

Lauren Bacall começou a fazer cinema em 1944. Muitos de nós, portanto, só vimos os seus filmes mais importantes – e os das outras divas criadas pelo star system de Hollywood nas década de 40 e 50, como Rita Hayworth ou Ava Gardner – em reposições. Tivemos essa sorte. Porque Lauren Bacall (nome artístico de Betty Joan Perske, nascida a 16 de setembro de 1924 no Bronx, Nova Iorque) merecia completamente esse estatuto.
Estonteantemente bela, sem ser uma boneca, era feminina e sensual sem conseguir esconder por completo um certo ar de maria-rapaz, revelador da sua forte personalidade rebelde e que os melhores realizadores que a dirigiram tão bem exploraram.
Modelo desde os 16 anos, tinha apenas 19 anos quando, em 1944, o realizador Howard Hawkes a pôs a contracenar com o já consagrado Humphrey Bogart, que ia então nos maduros 44 anos, no filme Ter e Não Ter. E mal a rodagem começou já Bogart estava perdido de amores por ela. Um ano depois estavam casados, em 1949 foram pais de Steve e em 1952 de Leslie, e ficaram juntos até à morte do ator, 12 anos depois, vítima de cancro do esófago.
Bacall casar-se-ia de novo (com o ator Jason Robards, pai do seu filho Sam) e faria muitos mais filmes, mas o estatuto de “miúda de Bogart” tinha-se tornado uma segunda pele que nunca conseguiu (nem quis) despir.
Quase 57 anos depois, no passado diz 12 de agosto, o coração da atriz parou, aos 89 anos. Agora, algures, Bacall e Bogart estão de novo juntos. A fumar um cigarro. Afinal, foi a miúda que ensinou o duro a fumar.