Desde a primeira viagem que fez como Papa, Francisco criou o hábito de aproveitar o voo de regresso ao Vaticano para fazer uma espécie de conferência de imprensa informal com os jornalistas que o acompanharam. Foi isso mesmo que aconteceu depois da recente visita de cinco dias que fez à Coreia do Sul, numa conversa em que o Sumo Pontífice confidenciou sentir que não viverá muito mais tempo: “Mais um ou dois anos e irei para a casa do Pai.”
Este desabafo, feito num tom jovial, conduziu a conversa para a hipótese de se retirar se a sua saúde não lhe permitir cumprir com as suas obrigações para com os fiéis. Defendendo que “mesmo que isso não agrade a todos os teólogos”, a resignação do seu antecessor, Bento XVI, “abriu uma porta que é institucional”, o Papa argentino perguntou aos interlocutores: “Digam-me: se já não se sentissem capazes de seguir em frente, não fariam isso? Sim. Pois eu rezarei e farei o mesmo.”
Em maio e junho Francisco cancelou vários compromissos por questões de saúde, um deles uma visita ao Hospital Gemeli, em Roma. Posteriormente, pediu desculpa aos doentes, explicando que tinha tido “dores de cabeça severas e náuseas” e referindo: “Temos de aceitar as nossas fragilidades.”
O Papa voltou a mostrar o seu lado humano no último dia 20, após a morte de três familiares num acidente de viação na Argentina: “Sim, o Papa também tem uma família, tem 16 sobrinhos. Um está em estado crítico e a sua mulher e os seus dois filhos morreram. Agradeço-vos muito pelas condolências que recebi”, disse para as sete mil pessoas que recebeu na audiência geral semanal no Vaticano.
Papa Francisco pondera reformar-se e fala de morte
O desabafo foi feita durante uma conversa depois da viagem à Coreia so Sul.
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