Desde criança, e sem influência de ninguém em particular, que Miguel Faísca sempre demonstrou um interesse fora do vulgar por tudo o que envolvesse motores e adrenalina. Começou as primeiras aventuras ao volante da sua bicicleta, mas rapidamente se apaixonou pelas emoções de estar ao volante de um carro. “Quando era miúdo, pegava no carro da minha avó e ia fazer rallies em terrenos privados. Ela acabou por perceber e passou a levar as chaves consigo, mas havia umas suplentes lá em casa!”, recorda. A paixão pelos motores também se revelava nos jogos que escolhia para se entreter com uma consola e foram precisamente as corridas virtuais que lhe validaram a passagem para o asfalto. “Quando soube que a PlayStation e a Nissan se tinham juntado para descobrir novos talentos através da GT Academy, pedi uma consola emprestada à minha prima e cheguei à final nacional”, conta Miguel, que acabou por ficar num grupo de 42 pilotos virtuais europeus, de um total de 765 mil participantes. A partir de então passou a brilhar em provas internacionais, tendo vencido a categoria SP2 das 24 horas do Dubai logo na sua primeira corrida enquanto piloto oficial da Nissan. No próximo fim de semana, vai estrear-se na última e decisiva prova do European Le Mans Series, no autódromo do Estoril. “Há que reativar a paixão que havia em Portugal pelo desporto motorizado em circuitos… Esta prova vai ter três portugueses a competir: eu, o Filipe Barreiros e o Filipe Albuquerque, que vai disputar o título de campeão. Eu só vou entrar numa corrida, não posso ganhar, mas ficava muito contente se fosse um português a subir ao pódio, e estivessem lá muitos portugueses a aplaudir”, afirma Miguel.