“Os processos judiciais não se regem pela dimensão humana e afectiva do que lhes está subjacente. Essa é, seguramente, a parte mais penosa de ser Advogado. Por mais que os agentes judiciais – Juízes, Magistrados do Ministério Público, Advogados, Funcionários judiciais – “sintam” o processo, percebam que é chocante e anseiem por fazer mais e melhor, por mais que sintam a diferença (afectiva, emocional) entre uns e outros processos, há limites processuais, barreiras jurisdicionais, meios técnicos, inércia de outras jurisdições, dificuldades de ordem burocrática vária, que contribuem – muitas vezes decisivamente – para que a justiça que queremos e que merecemos que seja feita não seja, efectivamente, a justiça que temos. O tempo de quem precisa não é igual ao tempo de quem o administra. O tempo do Miguel e do Santi, no caso concreto, não volta para trás. O tempo da justiça tem sido gasto a tentar que não se perca mais tempo. Tudo isto demora (in)compreensivelmente tempo demais. Esta é o peso que todos os Advogados carregam consigo, nos seus processos, nos processos dos seus “meninos”, dos “seus pais” e das “suas mães” TODOS os dias. O Miguel é um dos “meus pais” e o “Santi”, que não conheço, um dos “meus meninos”. Este peso, para mim, existe. Ao enorme peso da infelicidade que o Miguel tem de não poder estar com o Santi corresponde o também enorme contrapeso da amizade de que esta página é apenas um (maravilhoso) exemplo. Vamos ter a Justiça que (é) precisa.”
Alexandra Queiroz, advogada do ex-jornalista da SIC
Miguel Caldeira, que está há impedido de ver o filho há mais de dois anos, acaba de publicar um texto na página de Facebook
Miguel Caldeira: Sempre, ao teu lado,
a pensar em ti, criada ontem para apoiar Miguel, e que aqui reproduzimos: