Tiago e Sara Girão partilharam com a CARAS a história de amor que os une há 18 anos. Naturais do Porto, conheceram-se em 1996 e nunca mais se separaram. Sara estudava Psicologia Clínica Infantil em Lisboa e na hora de concorrer à faculdade de Comunicação Social, Tiago não hesitou e inscreveu-se na Católica da capital, para estar perto de Sara. Foi em Lisboa que iniciaram o percurso profissional, ela no Hospital Garcia de Horta, como psicóloga clínica infantil, ele como comentador de natação no Eurosport, de onde se mudou, em 2003, para a SIC e aí permaneceu oito anos. Hoje têm um filho, António, de nove anos, que herdou o jeito natural do pai para a natação e o gosto da mãe pelo piano.
Estabelecidos em Lisboa, e com a carreira em ascensão, a vida desta família mudou há três anos quando Tiago foi convidado pelo Futebol Clube do Porto (FCP) para fazer parte do Porto Canal. Uma mudança radical que apanhou Sara de surpresa, obrigando-a a optar pela família. Profissional competente, rapidamente conquistou o seu lugar no Hospital de São João, onde tem vindo a desenvolver um trabalho de mérito na neonatologia. Com um currículo invejável, Sara vive uma realidade diferente da do marido, mas são essas diferenças que os unem há tantos anos.
– Há três anos regressaram ao Porto, depois de 15 em Lisboa. Como foi esta mudança?
Tiago Girão – Regressar ao Porto esteve sempre nos nossos planos enquanto família, iria acontecer mais cedo ou mais tarde. Quando o FCP me convidou para integrar o projeto do Porto Canal, em 2011, não pude recusar. Primeiro, porque nunca me senti de Lisboa; segundo, porque iria estar ligado ao Porto, clube onde fui atleta de alta competição e onde o meu avô, o arquiteto Fernando Girão, foi dirigente muitos anos. Por outro lado, o Porto Canal estava a ser refundado e eu quis fazer parte do seu crescimento. Os oito anos que estive na SIC foram uma escola. Foi lá que me formei e aprendi tudo o que sei. Mas estava na hora de arriscar.
– Uma aposta ganha: foi agora convidado para ser um dos rostos da informação do canal e coordenador executivo dos jornais…
– Até agora estive a fazer os conteúdos do FCP para o Porto Canal, mas o clube entendeu que eu poderia ser útil na área da informação e convidou-me para ser o apresentador do Jornal Diário. É um registo completamente diferente, mas estou pronto para este grande desafio.
– Sara, este regresso ao Porto obrigou a grandes alterações na sua vida profissional?
Sara – Fui apanhada de surpresa. O Tiago disse-me que ia reunir com o FCP e quando chegou a casa já tinha o contrato assinado. Ele não arriscou que eu introduzisse a dúvida, porque sabia que o faria. Estava em Lisboa há 18 anos, muito bem integrada e com imensos projetos. Mas hoje estou no Hospital de São João, que é uma referência, e o meu trabalho é muito gratificante. Mas confesso que sinto falta dos séniores que trabalham a primeira infância em Lisboa e que são referências internacionais, tinha sempre a quem recorrer. Aqui, no Porto, já me sinto sénior e estou a tentar criar uma unidade de primeira infância.
Tiago – É verdade que a Sara teve de recompor a vida profissional, mas ela é altamente competente e reconhecida no meio. Sempre lhe disse que quem é competente em Lisboa é-o no Porto, ou em qualquer parte do mundo. Sabia que ela seria bem sucedida e a verdade é que já conquistou o seu espaço. A Sara tem muitas qualidades enquanto profissional, mas também é o pilar da nossa família. Não me imagino sem ela, como mulher é o meu equilíbrio.
– O António nasceu em Lisboa. Como foi a adaptação ao Porto?
– Ele estava a mudar-se para a primária portanto, o timing não poderia ter sido melhor. Creio que ele entendeu a nossa opção, porque sempre tivemos uma relação aberta e transparente com o António, não infantilizamos as coisas. Além disso, o nosso trabalho é muito desgastante e cá temos o apoio da família.
– E como vai ser o Natal este ano?
Sara – É a altura do ano em que conseguimos reunir toda a família em casa da minha mãe. Como somos poucos, juntamos o meu lado da família com o do Tiago. É um Natal bastante tradicional. Na véspera comemos bacalhau cozido, e no dia não pode faltar o farrapo velho e o peru. Quem controla a cozinha é a minha mãe, mas eu ajudo em tudo. Gosto muito de cozinhar e a doçaria fica por minha conta. As rabanadas, a aletria… e a musse de chocolate. Sim, por estranho que pareça, temos musse na mesa de Natal porque o Tiago não abdica dessa sobremesa, nunca, nem no Natal.
– E o António, pede muitos presentes?
– Durante muitos anos foi neto único, por isso, instituímos que ele só recebia três presentes no Natal. Eu e o Tiago somos muito diferentes, mas temos os mesmos valores e objetivos na educação do nosso filho. Hoje, aos nove anos, o António sabe que no Natal recebe três presentes da família. É importante que ele perceba que a vida é difícil e que as coisas têm de ser conquistadas com trabalho. Hoje ele tem uma família que o protege, mas não sabemos o dia de amanhã.
Tiago e Sara Girão sentem-se em casa desde que trocaram Lisboa pelo Porto
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Joaquim Norte de Sousa
Joaquim Norte de Sousa
O jornalista do Porto Canal e a psicóloga clínica do Hospital de São João contam pela primeira vez a sua história.