O pretexto para esta conversa com Cláudia Vieira foi o lançamento de duas novas linhas: Elvive Óleo Extraordinário Shampoo e Creme Óleo Extraordinário para o rosto, que aconteceu no Hotel Ritz, em Lisboa, pois a atriz é embaixadora da L’Oréal. Mas Cláudia estava disponível e fez também um balanço do ano que passou, que foi marcado pela separação de Pedro Teixeira, e falou da filha, Maria, de quatro anos.
– Qual o balanço de 2014? Foi um ano que começou mal, mas acabou bem…
– Foi um ano que arrancou com a minha separação, que aconteceu no final do ano anterior, mas só foi comunicada no início de 2014. Não foi um momento fácil, foi muito pensado. Como é que se concilia um lado tão pessoal e íntimo, como é a relação entre duas pessoas, com o facto de ela sempre ter sido acompanhada pelo público desde os Morangos com Açúcar? Foi uma gestão muito analisada e ponderada, para evitarmos grandes conversas à volta disso. Por vezes éramos apontados como exemplo de uma história de amor muito bonita, houve quem pensasse que não tínhamos lutado o suficiente por ela. Mas cabe a cada um saber o quanto lutámos ou não e não fomos, de forma alguma, insensatos. Enfim, foi um ano que arrancou com a separação, foi um ano para me encontrar um bocadinho, de descoberta, de estar comigo, de mudança…Depois de dez anos ao lado de uma pessoa, os mesmos que tenho de carreira, e de termos uma filha, tive de aprender a lidar com uma nova realidade, a lidar com todos os assuntos sem procurar primeiro a opinião do Pedro… Mas tive sempre o apoio dos meus amigos e da minha família.
– Era o hábito, o hábito de recorrer sempre ao Pedro…
– Era, era uma questão de hábito. Em suma, acabou por ser um ano positivo, profissionalmente muito bom e pessoalmente de crescimento. Começou de uma forma dura, mas está a acabar de uma forma serena.
– Veio aqui, na qualidade de embaixadora, à apresentação destas duas novas linhas da L’Oréal. A Cláudia mãe e dona de casa tem tempo ou paciência para usar tudo isto?
– Uso todos estes produtos, mas não perco muito tempo, sou muito prática na forma como os utilizo. Tenho plena consciência de que o meu corpo também é o meu material de trabalho, que tenho que alimentar e manter saudável a minha imagem, a minha pele, o meu cabelo… Sabe-me bem cuidar de mim, mas não posso perder muito tempo, porque também não o tenho. Tenho uma vida profissional muito ativa, sou mãe, tenho também um cão para passear – às vezes estou a pôr o creme enquanto estou a passeá-lo ou no elevador, é vergonhoso, mas acontece [risos]. Agora sei o creme que aplico e como o faço e essa informação é preciosa.
– E já tem de ter os cremes escondidos em casa para a Maria não lhes mexer?
– Ainda não, se bem que no outro dia tive um ataque a um creme de olhos. Dei com a minha filha, feliz da vida, a espalhá-lo nos braços e nas mãos. A Maria gosta de cremes, de batons, gosta de verniz, é realmente uma menina muito feminina e vaidosa. Mas gosta no seu momento, não é quando eu quero. Por exemplo, às vezes, a seguir ao banho, faz uma birrinha para pôr o creme hidratante. Mas depois, se for preciso, dou com ela a encher as mãos, os braços e as pernas de creme. De vez em quando também diz que quer levar o meu perfume para a escola. Mas desde quando é que uma garota de quatro anos leva perfume para a escola? Acho que se calhar é por eu ter muitas vezes o perfume no carro… São aqueles gestos de imitação dos gestos da mãe.
– Deixa-a ser menina ‘pirosa’?
– Deixo e não deixo. Deixo-a fazer experiências em casa, como pôr um blush e ficar palhaça, deixo-a pintar as unhas só no fim de semana, mas não acho bonito uma menina querer ser adulta antes do tempo, não gosto de ver uma menina de quatro anos com uma cor de verniz muito forte, por exemplo. E muitas vezes, se ela me acompanha numa ida ao cabeleireiro, as manicuras perguntam-lhe se ela quer pintar as unhas e ela olha para mim, para ver a minha reação, e só depois diz “pode ser” e escolhe logo a cor, rosa bebé. Os miúdos têm de ser crianças nas idades certas, não gosto de ver uma menina com quatro ou cinco anos e parecer ter nove ou dez.