Eram três da tarde de dia 1 de janeiro. Enviámos um SMS a pedir um encontro com Miguel Albuquerque, que dias antes tinha sido eleito presidente da comissão política do PSD Madeira. Duas horas depois, através do assessor de imprensa, chegava resposta afirmativa. O encontro com o político que veio substituir Alberto João Jardim à frente do partido ficou agendado para o dia seguinte, no The Vine Hotel. Acrescentámos que gostaríamos de fotografar também a mulher, Sofia Fernandes, e o filho de ambos, Afonso, de quatro anos. Mais uma vez, a disponibilidade foi total. E assim, logo no dia 2, durante uma hora e meia, antes de uma entrevista a uma rádio e um jantar, Miguel Albuquerque, de 53 anos, conversou e deixou-se fotografar. Com a mulher, 18 anos mais nova, trocou olhares cúmplices e foi evidente a sintonia entre ambos. Afonso foi, no entanto, o centro das atenções. Pulou, riu-se, brincou e posou para as fotos como gente grande. Só não foi protagonista da entrevista, na qual demos a palavra aos pais.
– Começou um novo ano com uma vitória. Como têm sido estes primeiros dias?
Miguel Albuquerque – Foi ótimo, mas muito trabalhoso. O que eu gosto na política é o contacto com as pessoas e fi-lo de uma forma muito intensa nos últimos tempos e valeu a pena.
Sofia Fernandes – Foi um bom presente de Natal. Desde que o Miguel esteja contente, eu também estou. É bom ver que está muita gente satisfeita com este feito histórico. Tenho a certeza de que o Miguel vai conduzir bem a Madeira, uma vez que se vai candidatar às eleições regionais.
– O que vai dar muito trabalho também…
Miguel – Sim, vamos ter de elaborar o programa do Governo e fazer contactos com a população no sentido de garantirmos uma vitória…
– A vida afetiva é assim tão trabalhosa também?
– Não. A vida afetiva é feita do entendimento mútuo e compreensão, só assim cada um pode sentir-se realizado.
Sofia – Dá algum trabalho, obviamente que sim. Neste caso sou eu que tenho de estar mais atenta para marcar programas a dois e em família, porque o Miguel está mais centrado no trabalho. Embora, claro, tenhamos de estar os dois sintonizados.
– Atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher…
Miguel – Ao lado! Ao lado de um grande homem há sempre uma grande mulher. A Sofia sabe que sou uma pessoa extremamente ativa, sabe que a vida política requer alguma exigência e respeita isso.
– Estão juntos há seis anos.
Sofia – Seis anos e meio e que passaram muito rapidamente. Acho que é bom sinal…
– O Miguel viveu dois casamentos que terminaram. Continua, ainda assim, a acreditar numa relação para sempre?
– Não me arrependo de nada do que fiz na minha vida nem do vivi, mas não gosto de olhar para trás, nem para tomar balanço. Cada coisa tem o seu tempo e gosto de olhar para o futuro. Estes seis anos têm sido ótimos divertimo-nos imenso os dois. Temos um filho maravilhoso que além de ser muito bonito é super simpático. Temos tido uma boa vida. Tenho sido uma pessoa livre. E tenho sido feliz.
– Além do Afonso, tem mais quatro filhos. É difícil conciliar interesses de filhos com idades diferentes?
– A Alexandra tem 24 anos, a Sara, 21, o Martim, 17, e a Isabel tem 12. E o que posso dizer é que é melhor gerir filhos de três gerações diferentes do que serem todos da mesma geração. [risos]
– Eles pedem a sua atenção?
– Na fase da adolescência eles gostam de estar com os amigos e gostam de estar connosco de forma relativa. Querem viver a vida deles. As adultas querem mostrar o que valem, começam a ter dinheiro para comprar as suas coisas. O que exige mais atenção é mesmo o Afonso, que precisa neste momento mais de apoio afetivo e emocional. Eu tento corresponder aos interesses de todos.
– É um pai presente?
– Acho que sou. Mais em qualidade do que em quantidade. Muitas vezes a minha disponibilidade é pouca, mas quando estou presente tento usufruir ao máximo.
Miguel Albuquerque: “Tenho sido uma pessoa livre, tenho sido feliz”
O novo líder do PSD Madeira fala sobre esta etapa da sua vida.