Ao receber o Globo de Ouro de Melhor Música na XX Gala dos Globos de Ouro, António Zambujo defendeu que deveriam ser os autores dos temas a ser premiados e, por isso, chamou ao palco do Coliseu dos Recreios o seu “melhor amigo”, o também músico Miguel Araújo. Hoje, o portuense relembrou o momento numa publicação feita no Facebook. “Claro que o conceito de ‘premiar’ o trabalho artístico imprime um certo tom de concorrência que obviamente não existe, nem faz sentido, quando o assunto é música. Dito isto, é óbvio que fiquei muito feliz e honrado ao ver duas músicas da minha autoria nas nomeadas para melhor canção do ano, na edição de ontem dos Globos de Ouro. Fico sinceramente reconhecido com essa distinção. Quando o Zambas [António Zambujo] subiu ao palco para receber o Globo pela “Pica do 7” e disse aquelas palavras e me ‘endossou’ o prémio, fiquei honestamente emocionado. Nunca pensei que fosse ficar, geralmente fico muito nervoso nestas coisas, muito mesmo, e isso não deixa espaço para grandes sensibilidades. Mas somos amigos há tantos anos, muito antes de qualquer um dos dois ter algo que se possa considerar de ‘carreira’, que realmente a cena bateu. Claro que só abri a boca para dizer disparates, mas aquele momento teve muito significado para mim. E sei que para ele também. Não tem nada a ver com ser ‘justo’, ou ‘merecido’, ou com ‘reconhecimento’, nem nada disso. Tem a ver com até, de certo maneira, com o oposto disso tudo. Aquele momento reapresentou a negação da concorrência, da competição, da ciumeira. Efeitos secundários que por vezes podem brotar destas coisas assim cheias de gala e pompa. E a simplicidade com que ele encarou aquele momento é a mesma com que se atira a uma canção. O nosso Zambas é um tipo verdadeiro. E isso, na vida e na música, ou é fácil ou é impossível. Obrigado companheiro!”, escreveu Miguel Araújo na rede social.
