Aos 25 anos, Tiago Teotónio Pereira é um dos atores sensação da telenovela da SIC Mar Salgado. Humilde, assume-se feliz e agradecido por este papel e demonstra-o todos os dias nas gravações, onde quer fazer sempre mais e melhor. Quase um ano depois de ter começado a dar vida a Messias, o ator prepara-se agora para a despedida, mas já com os olhos postos em novos projetos. E foi num dos seus cenários preferidos, na Praia Grande, em Sintra, onde pratica surf desde pequeno, que Tiago abriu o livro da sua vida à CARAS. Um livro onde a mãe, Mafalda Bessa, casada com Nicolau Breyner, assume uma importância preponderante.
– Como é que a representação surgiu na sua vida?
Tiago Teotónio Pereira – Não posso dizer que sonho com isto desde pequeno. Quando fazia peças de teatro na escola tinha muita vergonha e fazia sempre de árvore, para ficar lá atrás. Mas houve a oportunidade de fazer um casting para as Chiquititas e tudo se desenrolou a partir daí. Eu já tinha interesse e rendi-me completamente. Quando fiz os Morangos com Açúcar decidi que queria mesmo dedicar-me à representação e apostei em formação. Entrei na Act, mas sempre a fazer a faculdade em paralelo, tirei Gestão de Marketing. A família do meu pai é um bocado mais conservadora e quis que eu fizesse o curso. Depois de ter feito a Lua Vermelha fui para Los Angeles estudar, para o [instituto] Lee Strasberg. Paguei tudo com o dinheiro que tinha ganho e foi a minha aventura.
– Diz isso com orgulho. Foi bom tê-lo conseguido por si?
– Sim, claro. Eu fui muito mimado, a minha mãe é uma mãe-galinha, mas desde muito cedo que os meus pais me ensinaram a importância de poupar e de saber usar o dinheiro. Dá-me muito mais gozo ter as coisas assim do que recebê-las de mão beijada.
– A sua mãe é a sua maior fã?
– É, ela é incrível. E eu sou muito ‘menino da mamã’. [risos] Ela vê tudo o que faço e diz sempre bem. Da família da parte do meu pai também somos imensos, o meu pai tem oito irmãos, tenho 30 primos e damo-nos todos muito bem. Todas as terças-feiras almoço com os meus primos em casa da minha avó, e aos domingos temos almoço da família toda. A minha vida é muito familiar. Quando morava em casa da minha mãe, tinha que estar todos os dias às 20h30 à mesa. Agora que vivo sozinho, o que é que acontece à minha vida? Segunda, jantar da minha mãe, quinta, jantar do meu pai, terça, almoço de primos, e domingo, almoço da família. [risos]
– Sendo tão apegado à família, foi fácil tomar a decisão de ir morar sozinho?
– Desde o início do ano que partilho casa com um amigo. A minha mãe dizia que eu nunca sairia de casa e acho que aquilo me fez um clique. Até os meus amigos diziam o mesmo. Talvez por tanto ouvir isto, mal um amigo meu me disse que ia viver sozinho, eu disse-lhe que também ia. Mas a minha mãe não estava à espera e custou-lhe.
– Agora que é mais conhecido, a família também funciona como um balão de oxigénio?
– Sem dúvida. Não me deslumbro facilmente, tenho a opinião de tanta gente que estou sempre a descer à Terra. Se for preciso, mandam-me logo baixar a garimpa e isso é ótimo. Estou sempre bem protegido e saber disso é muito bom.
– Além do reconhecimento público, o que é que o Messias lhe trouxe?
– Trouxe-me muitas coisas boas. Trouxe felicidade à minha vida, sou muito feliz a fazer o Messias. Para já, trabalho com alguns dos melhores atores portugueses. Admiro muito as pessoas com quem gravo e saio de lá feliz. Sinto que este papel foi a oportunidade que procurava para mostrar o meu valor.
– Sente que teve que lutar mais pelo seu lugar por ser enteado do Nicolau Breyner?
– Nós sempre fizemos coisas totalmente diferentes e separamos bem a vida profissional da pessoal. Sempre tive que lutar um bocadinho mais, mas acho que a partir do momento em que as pessoas me conhecem, e conhecem a minha família, sabem que é um disparate pensar até em favoritismos. Ele vê o que faço, dá-me a opinião dele e fica orgulhoso por ver que estou a trilhar o meu próprio caminho.
– Neste momento, a felicidade de que falava estende-se, também, à sua vida pessoal. É sabido que namora com a Filipa Areosa, colega de elenco…
– Sim, é uma coisa recente. Aconteceu naturalmente.
– Já se conheciam?
– Não. Sabia quem ela era, mas só nos conhecemos nas gravações. Demo-nos logo bem, ela é uma divertida, é muito parecida comigo. Chamou-me logo a atenção. Admiro-a imenso como atriz e acabei por me apaixonar por ela. Estamos felizes, estamos bem.