Maria Botelho Moniz
João Lima
“O dia 20 é sempre um dia difícil. Em tempos era o melhor dia do mês, mas isso mudou há exactamente um ano e meio. Se a vida tivesse corrido como a estávamos a planear, hoje celebrariamos 11 anos juntos e o primeiro de casados. Mas não.
Marquei esta semana de férias há muitos meses, sabia que não ia querer estar perto de nada nem de ninguém que pudesse trazer-me à memória o que a nossa vida poderia ter sido. Mas atravessar o Atlântico não é suficiente para esquecer.
Depois de tantos anos sem saber o que é realmente estar sozinha, este último ano tem-me ensinado muito. Aprendi que temos de tentar que a nossa felicidade não esteja dependente de alguém, e que a única pessoa que vamos realmente ‘aturar’ o resto da vida somos nós próprios e que temos de viver bem com isso. Por isso achei que neste dia em particular deveria pôr-me à prova. Perguntei à minha mãe que cidade europeia seria gira de visitar sem companhia e depois de uns segundos em silêncio respondeu-me:
– ‘E porque não voltares a um sítio que conheces bem e onde te sentes feliz?’
As mães têm sempre razão.
Há 13 anos atrás mudei-me para esta cidade sozinha. E nunca fui tão feliz. Talvez seja o sítio perfeito para começar a virar a página. Por isso, para quem me perguntou se vir para Nova Iorque sozinha não seria estar inconscientemente a fugir do que teria de enfrentar hoje em Portugal, respondo talvez. Mas acima de tudo, vim só à procura daquela miúda de 18 anos que era tão feliz e tão cheia de vida.” Foi com esta mensagem emocionante publicada nas redes sociais que Maria Botelho Moniz recordou o namorado de longa data, Salvador Quintela, que morreu em março do ano passado, na sequência de um acidente de mota. Horas mais tarde, a apresentador voltou a deixar umas palavras de agradecimento por todas as demonstrações de afeto que recebeu dos seus seguidores. “Muito obrigada por todas a mensagens durante o dia de ontem, é bom sentir que não estou sozinha. Beijinho grande, from New York with love”, escreveu.
