Tinha precisamente 20 anos quando começou a trabalhar como hospedeira de terra da TAP, porque, na opinião do seu pai, comandante da Marinha de Guerra, “uma menina como deve ser não dorme fora de casa”. Lili Caneças, hoje com 71 anos, recorda com saudade esses tempos. “Foi uma época muito feliz da minha vida e uma experiência fantástica. Era uma profissão de glamour e na TAP só se entrava com cunha do presidente. Na altura éramos 500 meninas a fazer o exame de admissão e eu entrei porque a minha mãe tinha andado no colégio com a mulher do engenheiro Vaz Pinto”, revela, acrescentando: “Nós podíamos ir no cockpit para qualquer lado do mundo: almoçar em Paris, jantar a Londres, ver um espetáculo em Roma… tínhamos uma vida de rainhas!” Foi nessa altura que conheceu algumas estrelas internacionais, entre elas Charles Aznavour, o Xá da Pérsia ou Paul McCartney. “Eles colocavam as meninas mais bonitas e simpáticas a recebê-los” conta Lili, que, para se casar com Álvaro Caneças, deixou a TAP no final de 1965. “Infelizmente foi a pior coisa que fiz na minha vida e da qual me arrependo até hoje”, garante.
Lili Caneças recorda a sua vida aos 20 anos
“Foi uma época muito feliz da minha vida e uma experiência fantástica. Era uma profissão de glamour e na TAP só se entrava com cunha do presidente."