O último domingo foi por certo um dia de emoções fortes para Laura Ferreira e Pedro Passos Coelho, que culminou com a celebração da vitória da coligação PSD-PP nas eleições legislativas. Foi talvez o ponto de descompressão depois de uma longa caminhada, pois se o primeiro-ministro e presidente do Partido Social Democrata pode dizer que navegou pela tormenta nestes últimos anos, aplicando medidas impopulares a um país em crise que, mesmo não lhe tendo custado a reeleição, minaram a sua popularidade, ainda mais difícil terá sido a caminhada pessoal e familiar dos dois desde que foi diagnosticado a Laura um osteossarcoma.
Recorde-se que a fisioterapeuta soube em novembro passado que tinha um tumor maligno agressivo no joelho, ao qual foi operada em fevereiro. Removido o tumor, teve de submeter-se aos tratamentos de quimioterapia habituais nestes casos, que só terminou em agosto. Foi a altura de respirar fundo e gozar alguns dias de férias na companhia da família – Laura tem duas filhas, Teresa, de 20 anos, fruto de uma relação anterior, e Júlia, de oito, deste casamento; Passos Coelho tem também ele duas filhas mais velhas, Joana, de 27 anos, e Catarina, de 22. Terão sido dias de descanso, mas nem por isso isentos de ansiedade, já que a fisioterapeuta não tem ainda os resultados dos exames que dirão se conseguiu erradicar completamente o cancro.
Para já, continuam a ser visíveis as sequelas de todo este processo: além de ter de recorrer a uma muleta para caminhar, Laura não recuperou ainda a farta cabeleira a que estava habituada, mas optou por assumir a sua nova aparência sem pudores, como se viu em julho, quando acompanhou o marido numa visita oficial a Cabo Verde e Guiné-Bissau, sua terra natal, e foi pela primeira vez fotografada sem cabelo. Uma opção que faz acreditar numa personalidade forte, a mesma que lhe permitiu acompanhar o marido no dia das eleições sem acusar cansaço ou deixar esmorecer o sorriso.
Foi logo às nove da manhã que os dois se dirigiram à Escola Secundária Stuart Carvalhais, em Massamá, zona onde residem, para votar. De mão dada com o marido, Laura Ferreira parecia descontraída e bem disposta, correspondendo com simpatia e disponibilidade aos cumprimentos dos muitos populares que se lhe dirigiram. E foi igualmente sorridente que nessa noite chegou ao Sana Lisboa Hotel, no centro de Lisboa, quartel-general da coligação vencedora nessa noite.
Quando Pedro Passos Coelho subiu ao palco improvisado numa das salas do hotel para falar ao país ao lado do parceiro de coligação, Paulo Portas, presidente do PP, Laura sentou-se na primeira fila, junto à ministra Assunção Cristas, e com um largo sorriso aplaudiu a intervenção do marido. No fim, este dirigiu-se à mulher, com quem saiu da sala, depois dos efusivos cumprimentos de todos os que conseguiram chegar perto do casal. Laura Ferreira desabafaria depois a uma pessoa próxima que foi uma enorme satisfação conseguir acompanhar o marido ao longo de todo este dia. Um ponto alto neste último ano tão cheio de preocupações e que terá sido talvez um balão de oxigénio para enfrentar os obstáculos que ambos ainda têm pela frente.
Laura Ferreira e Pedro Passos Coelho: Unidos nos bons e nos maus momentos
Ainda de muleta, em consequência do tumor ósseo que lhe atacou um joelho, a fisioterapeuta acompanhou o marido à Escola Stuart Carvalhais, em Massamá, onde votaram. Estavam sorridentes e cúmplices.
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