Ao contrário do que costuma acontecer com outros cantores, só aos 15 anos nasceu em Diogo Piçarra, hoje com 25, a paixão pela música. Começou por tocar guitarra, criou uma banda e depois investiu na carreira a solo. Muitos castings e concursos de talento depois, a sua oportunidade chegou finalmente em 2012, quando ouviu o seu primeiro sim, na 5.ª edição do Ídolos. Quatro anos depois, está nas bocas do mundo e até já arrecadou vários prémios com o álbum de estreia, Espelho. Em palco é um artista versátil e salta do piano para a guitarra, enquanto canta, por isso, quisemos conhecer o jovem artista em ascensão. Marcámos encontro com Diogo, que nos apresentou a namorada, Mel Jordão, de 29 anos, estudante de maquilhagem e styling, com quem partilha todo o seu sucesso há quase dois anos.
– Havia um plano que não a música para a sua vida…
Diogo Piçarra – Tinha feito um curso de Línguas e Comunicação e estava a fazer um mestrado em Ciências da Linguagem. O meu objetivo era ser jornalista, tradutor ou professor de línguas. Mas participava no Ídolos e fui avançando no programa, até que congelei a matrícula no curso e dediquei-me à música. Na altura não achei que pudesse viver da música, tocava em bares, punha vídeos na Internet, mas era mais um hobby. Cheguei a trabalhar num tribunal, a fazer traduções, por isso já exercia algumas coisas que faziam parte do meu curso. Nunca me passou pela cabeça ganhar, mas quis aproveitar tudo aquilo para fazer alguma coisa.
– E aproveitou bem a oportunidade…
– Depois do programa, fui para Londres e quando regressei comecei a trabalhar no disco. Já tinha originais, portanto, foi trabalhar neles durante três anos neste disco, Espelho, de maneira a não ser só mais um que participou nos programas e desapareceu. O objetivo era conseguir ser um artista independente. Consegui, tive sorte e muito boas pessoas a trabalhar comigo. Não sei se quebrei uma barreira, mas a verdade é que trabalhei muito para isto. Estava no sítio certo à hora certa com trabalho nas mãos. Sempre fiz músicas e chegou a altura em que a minha editora me perguntou pelos meus originais e eu tinha-os comigo. Fiz o meu trabalho de casa.
– Imagino que o êxito deste disco tenha trazido grandes mudanças à sua vida…
– Foi radical no aspeto da visibilidade. Em termos musicais, continuo o mesmo, estou no meu quartinho a fazer música. É óbvio que os concertos são muito maiores. Mudou o espetáculo, as redes sociais, mas continuo o mesmo e com o mesmo objetivo. Com responsabilidade acrescida. Quanto à fama, não penso muito nisso. Em Lisboa é muito calmo. Mas é bom ser reconhecido na rua, claro.
– E no meio disto tudo, apaixonou-se…
– Eu conhecia as irmãs da Mel mas nem sabia quem ela era e, por coincidência, fomo-nos encontrando… Há quase dois anos decidimos falar e a partir daí ficámos em contacto, já eu estava a viver em Lisboa, mas ia ao Algarve quase todas as semanas.
Mel – Entretanto eu vim para Lisboa estudar maquilhagem e styling, que é o que estou a fazer agora.
– Quer dizer que o Diogo já tinha aqui uma fã e nem sabia…
– Mesmo! Gosto muito da voz do Diogo. Eu é que canto em casa e lhe peço para cantar e para me ensinar [risos].
– Com uma maquilhadora em casa, até já pode ir maquilhado para os concertos…
Diogo – É verdade [risos]! Para os videoclips foi ela que fez tudo. A minha maquilhagem e a de todos os figurantes.
– Com todo este sucesso, é inevitável que surjam muitas fãs. A Mel é ciumenta?
Mel – E são giras [risos]! Acima de tudo, somos um casal normal, também temos ciúmes um do outro, mas é claro que nunca chegaram a um ponto que nos fizesse entrar em rutura. Acima de tudo, entre nós há confiança.
Diogo – Nós até brincamos com isso, com as fotos, com as frases de fãs, com os cartazes. Nunca afetou a nossa relação. É o meu trabalho e ela percebe. O essencial é sermos sinceros um com o outro. Se calhar há dois anos punha corações em todo o lado, mandava beijinhos às raparigas, e hoje já não faço isso [risos]. Há que ter respeito.
– Sendo o Diogo um romântico a escrever, também o é com a Mel?
Mel – Sim. Oferece presentes, faz surpresas, escreve bilhetinhos…
Diogo – Quando não vivíamos juntos era mais fácil fazer surpresas [risos]. Vamos fazendo coisas pequenas, marcamos um jantar, um passeio.
Mel – Acho que ele é mais romântico do que eu. Não é por ser ele homem e eu mulher, porque hoje em dia até já é normal as mulheres pedirem os namorados em casamento.
– E esse passo faz parte dos vossos planos?
– Ter filhos ainda não, mas casar, gostava muito.
Diogo – É o sonho de qualquer mulher. Como é normal, quer ir para o altar sem rugas [risos].
– Então 2016 poderá ser o ano do pedido…
– Antes de mais, é preciso estabilidade em termos de carreira, um segundo disco bom, a Mel com um emprego fixo, e aí sim, acho que tem de ser. Ainda para mais é uma data muito importante e especial, portanto, tenho de estar livre e tem de haver dinheiro, por isso temos de guardar esse passo para quando tivermos outra estabilidade. Não emocional, porque essa temos.
– Voltando ao trabalho: em sintonia com a música, lançou também um livro…
– “Diogo Piçarra em Pessoa”. Surgiu de um contacto da editora Between, que quis um livro que incentivasse os jovens a ler, a estudar poesia e literatura. Tem vinte poemas de Fernando Pessoa e vinte interpretações minhas. Inventei os meus heterónimos e o projeto consiste numa peça de teatro que levamos às escolas: uma pessoa faz de Fernando Pessoa, outra, de mim, e depois eu toco duas músicas que fiz para este projeto. É inovador e interessante. Ainda ponderei recusar, pela responsabilidade de me associar ao Fernando Pessoa, mas ainda bem que fui em frente, deu-me muito gozo e fiquei a conhecê-lo melhor.
– Prevê-se um ano recheado de trabalho…
– É verdade. Vou andar em digressão com este projeto e com o Espelho, com um espetáculo renovado. Tenho várias colaborações previstas e poderei ainda lançar um ou dois singles no final do verão. Estamos a pensar também pôr mais músicas nas telenovelas… Há muito por explorar neste disco.
Diogo Piçarra e Mel Jordão: “Acima de tudo, entre nós há confiança”
O sucesso do músico parece ter encontrado paralelo à altura na vida pessoal.
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