Considerada pela revista Executiva uma das 20 mulheres mais influentes de Portugal, Judite Sousa não escondeu o ânimo que este prémio lhe dá. “É muito bom. Sobretudo quando mais precisamos de carinho, de nos sentirmos vivos, estes reconhecimentos são particularmente importantes”, disse, de forma emocionada. A jornalista, que tem encontrado no trabalho a sua força motivadora para continuar depois da morte do seu filho, André Sousa Bessa, há quase dois anos, admite que o tempo não ameniza a dor da perda. “Não, os dias nunca são fáceis. Há situações que não têm solução. Quando se passa por um grande trauma, só há dois caminhos possíveis: ou se vive ou não se vive. E eu voltei ao trabalho porque tinha que continuar a viver, tinha que continuar a sustentar-me e a garantir o meu dia-a-dia. Quando atravessamos momentos muito duros na nossa vida, o trabalho é a melhor terapia que existe para tentarmos seguir em frente”, assegurou.
Foi com a voz embargada pela emoção e pela dor que fez um balanço destes últimos dois anos, os mais dolorosos da sua vida. “Em termos profissionais, sou a mesma Judite de sempre. Em termos pessoais, sou uma outra pessoa, mas tenho De ter força para continuar. A influência é também isso, a capacidade de sermos um exemplo para os outros. E eu tenho procurado ser um exemplo, de certa forma, para quem viveu situações semelhantes à minha. Ajudar os outros é uma forma de me ajudar a mim própria”, admite, acrescentando: “E o meu filho não gostava de me ver sofrer.”
Judite Sousa: “O meu filho não gostava de me ver sofrer”
A jornalista recebeu da revista ‘Executiva’ o prémio que distingue as portuguesas mais influentes e explicou o que entende por influência: “Tem a ver com a capacidade de, através do nosso trabalho, nos superarmos e eu tenho-me superado em circunstâncias muito difíceis.”