Parece a prova de que o estilo e a elegância têm algo de intrínseco a certas pessoas, independentemente da classe social ou do poder de compra. É evidente que o facto de se pertencer a uma família real é mais de meio caminho andado para ter à disposição um guarda-roupa vasto e de bom corte, a capacidade financeira de fazer conjugar essas peças com acessórios de exceção e… a visibilidade mediática que permite observar e criticar essas escolhas. Mas tomemos então como referencial outras jovens em circunstâncias semelhantes: não são todas as princesas que, independentemente de saberem “vestir” um estilo sóbrio e sofisticado, projetam uma certa aura que as torna ícones de moda. A rainha Rania da Jordânia já a tinha antes de ser soberana e tem-na apurado ao longo do tempo, de tal forma que, por questões políticas, nestes últimos anos fez um esforço para ter uma presença mais discreta, de forma a não parecer fútil e perdulária num país árabe que por tradição é conservador, ainda que neste caso seja razoavelmente moderno e um exemplo de paz se comparado com os países com os quais faz fronteira: Iraque, Síria, Israel, Palestina e Arábia Saudita. E a filha Iman, que faz 20 anos em setembro e é a segunda dos seus quatro filhos (Hussein, de 22, é o mais velho, Salma, de 15, e Hashem, de 11, os mais novos), tem vindo a mostrar-se uma digna sucessora da mãe nesta questão.
Foi em agosto do ano passado que Iman deu os primeiros passos nesta conquista de visibilidade: quando Rania inaugurou os cursos na universidade de verão do MEDEF (sindicato do patronato francês), a presença da filha a seu lado impôs-se. Ao trocar o kaftan por roupas de alta costura, mostrou a elegância e classe que caracterizam a mãe. E o mundo começou a dar por ela, com algumas publicações a fazerem assunto à volta da jovem. Desce então, Iman tem sido uma presença razoavelmente assídua ao lado da mãe, com quem se mostra sempre em sintonia, a começar pelo guarda-roupa: em geral, os tons são próximos e os modelos são muitas vezes escolhidos dentro do mesmo estilo, com as devidas diferenças para serem adequados às respetivas faixas etárias. Na visita à já referida universidade francesa, por exemplo, optaram ambas por vestidos brancos de comprimento médio, a filha numa versão mais juvenil. E ainda no verão passado, numa passagem pelo museu da Fundação Louis Vuitton, se o guarda-roupa foi objetivamente diferente – a mãe estava de saia, a filha de calças – os tons eram os mesmos, o que não será por acaso. E esta sintonia já vem de longe: em 2006, durante uma ida ao Japão, ambas posaram em trajes típicos para uma das fotos que registaram a visita oficial.
A estudar na universidade americana de Georgetown, em Washington, a mesmo onde o irmão mais velho se formou em Ciência Política, Iman ainda não terá definido a área em que pretende finalizar o curso, frequentando agora a formação geral, embora se especule que a moda é uma das áreas pelas quais tem grande interesse. Por estar neste momento de férias, como qualquer estudante, tem tido tempo para acompanhar a mãe mais de perto, e este mês foi já fotografada num almoço solidário em Amã. E desta vez, se a filha manteve o estilo sóbrio e pouco exuberante a que ambas têm sido fiéis, com um discreto conjunto preto e branco, Rania optou por um vestido rosa, dando um toque de cor a esta parceria de elegância.
É natural que aos poucos Iman venha a autonomizar da mãe e exiba um estilo cada vez mais personalizado, mas por certo procurará manter o low profile que assenta bem aos elementos de uma família real que representa um país maioritariamente muçulmano. Mas não será por isso que não poderá assumir-se como um ícone de estilo, como aconteceu com a mãe.
Rania da Jordânia já tem sucessora: A filha Iman promete dar que falar
Ao longo do último ano, a casa real jordana tem gerido estrategicamente as ocasiões em que Iman aparece ao lado de Rania. A conquista de visibilidade mediática começou em agosto de 2015, em França.