Anna Westerlund gosta de planear tudo milimetricamente e deixa pouco espaço ao acaso, mas Clara, que nasceu no passado dia 5 de julho, veio mostrar-lhe que certas surpresas, por maior impacto que tenham, são maravilhosas. Hoje, a ceramista, de 38 anos, já não se imagina sem este bebé que veio enriquecer ainda mais o mundo de afetos que tem construído com o ator Pedro Lima nos últimos 15 anos, e do qual fazem ainda parte os filhos em comum, Emma, de 12 anos, Mia, de nove, e Max, de seis, e João Francisco, de 18, filho do ator e de Patrícia Piloto. Para deixarem brilhar aquela que será a ‘estrela’ deste Natal lá em casa, só Anna e Clara posaram para estas fotos.
– Este ano o vosso Natal vai ser ainda mais especial?
Anna – Muito mais! A Clara veio trazer mais alegria e uma luz diferente ao nosso Natal. A experiência de terem um bebé em casa tem sido muito enriquecedora para os irmãos. Ela vai mesmo ser o centro das atenções.
– Ainda por cima, porque não estavam à espera de ter um Natal assim…
– [risos] Verdade! Com a Clara, senti que a vida me surpreendeu com um presente maravilhoso. Sinto-me verdadeiramente abençoada por ter a Clara na minha vida.
– Enche-se de orgulho ao olhar para a família que tem vindo a construir?
– Eu e o Pedro somos mesmo muito vaidosos da nossa família, ainda por cima nos dias de hoje, em que as relações têm desafios maiores, são mais postas em causa, e as pessoas se separam facilmente, às vezes ao primeiro obstáculo. Nesse sentido, temos muito orgulho nesta família que temos construído e que tem vindo a aumentar. E que vai ficar por aqui [risos]!
– Diz isso agora…
– [risos] E espero que assim seja!
– Nestes 15 anos, nunca pôs a sua união em causa?
– Sinceramente, não. A nossa crise máxima é quando estamos em fases em que temos menos paciência um para o outro, quando estamos a precisar de um tempo mais sozinhos. Mas temos a capacidade de sentir esses timings e respeitamo-los.
– O facto de terem muitos filhos faz com que valorizem mais o tempo que passam a dois?
– Para nós, ter tempo a dois não tem de ser verdadeiramente só a dois. Não sentimos essa necessidade. Quando estamos em família mantemos a nossa cumplicidade e o nosso tempo dentro do tempo da família.
– Quando começou a namorar com o Pedro, imaginou que o vosso amor iria dar nisto [risos]?
– [risos] Eu era uma miúda e ele tinha 30 anos, já era mais vivido, tinha um filho… mas confesso que senti logo uma empatia muito forte.
– Diria que têm conseguido percorrer o mesmo caminho?
– Tendo em conta que a nossa relação resulta há tanto tempo… [risos] Há, no entanto, momentos em temos caminhos diferentes, mas isso não nos põe necessariamente em caminhos opostos.
– No que diz respeito a rotinas, não devem ter muito tempo para se aborrecerem…
– [risos] Pois… Embora os filhos sejam grandes desafios para uma relação. O tempo tem-nos é trazido muita cumplicidade, muitos momentos bons vividos a dois e a certeza de que a nossa vida faz muito sentido um com o outro. E enquanto pensarmos assim, o tempo que passarmos juntos será muito saboroso.
– Estes quatro meses de Clara também têm sido saborosos?
– Sim, estes meses têm sido um misto de emoções, mas todas no bom sentido. Sou muito de planear as coisas, de ir atrás de objetivos delineados, e quando soube que estava grávida senti que não tinha muita preparação para estas surpresas que a vida nos traz. Tem sido uma aprendizagem também nesse sentido.
– Foi preciso chegar aos 38 para perceber que sermos surpreendidos pode ser bom?
– É verdade. O nascimento da Clara não estava mesmo planeado e acabou por trazer-nos uma alegria enorme. E digo com convicção que me sinto mesmo uma sortuda por me ter acontecido esta surpresa tão boa.
– Em famílias numerosas, o ser-se solidário é quase inato?
– Completamente. Tornamo-nos pessoas mais solidárias e atentas aos outros.
– Incutiu nos seus filhos mais velhos que é melhor terem irmãos do que bens materiais. Eles interiorizaram bem isso?
– Nenhum dos meus filhos põe em causa ter os irmãos que tem. E nenhum deles põe em causa o amor que sentimos uns pelos outros. Cabe-nos a nós, pais, gerir algumas frustrações que possam surgir, uma vez que por vezes eles querem coisas que não podemos dar-lhes. Falo sobretudo de quererem fazer certos programas que não são compatíveis, porque somos muitos. Ainda assim, tentamos gerir a agenda de cada um e cumprir com os desejos deles sempre que possível.
– E é difícil gerir a vida de quatro crianças?
– É um desafio! É verdade que não é nada fácil, mas até me custa dizer isto, quando na verdade sinto que sou uma privilegiada. Faço o que gosto, tenho o ateliê em casa, tenho a ajuda de uma pessoa espetacular, que é a Anabela… Às vezes sinto é uma certa frustração, no sentido em que deveria dedicar mais tempo ao trabalho, porque depois as coisas não acontecem nos timings que eu queria. Mas a minha maneira de estar perante os meus filhos é pô-los em primeiro lugar. E nisso nunca irei mudar.
Anna Westerlund feliz com Clara: “A vida surpreendeu-me com este presente”
A ceramista já não pensava ter mais filhos quando foi surpreendida com a notícia da gravidez. Hoje, não se imagina sem Clara na sua vida.