Mário Soares morreu este sábado, dia 7, aos 92 anos, após quase um mês de internamento e duas semanas de coma profundo. Ideologias à parte, o mundo da política recorda o antigo chefe de Estado e o seu indiscutível contributo para a democracia em Portugal.
Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República: “Mário Soares nasceu e formou-se para ser um lutador e para ter uma causa para a sua luta: a liberdade (…) Resta a Mário Soares, como inspirador, travar o derradeiro combate, aquele em que estamos e estaremos todos com ele: o combate pela duradoura liberdade com justiça na nossa pátria comum, que o mesmo é dizer, o combate da imortalidade do seu legado, um combate que iremos vencer, porque dele nunca desistiremos, tal como Mário Soares nunca desistiu de um Portugal livre, de uma Europa livre, de um mundo livre. E, no que era decisivo, ele foi sempre vencedor”.
Carlos César, presidente do Partido Socialista: “Não morreu um dirigente socialista, mas um grande português, um obreiro das liberdades, um guardião da democracia. Por isso, todos os portugueses, independentemente da sua condição partidária, estarão, certamente, associados neste momento numa manifestação coletiva de pesar e numa homenagem à memória de luta e à memória de concretização que representou a atuação política de Mário Soares e o seu comportamento físico ao longo destas últimas décadas. Sem dúvida, a personalidade mais relevante da segunda metade do século XX e, em particular, depois de restaurada a democracia em Portugal”.
Carlos Zorrinho, deputado da Delegação do Partido Socialista no Parlamento Europeu: “Mário Soares foi a figura maior do socialismo democrático e da social-democracia em Portugal e um dos mais prestigiados políticos europeus e mundiais. Paladino da liberdade, entre as múltiplas e relevantes funções que desempenhou esteve a de membro do Parlamento Europeu eleito pelo Partido Socialista, o seu partido de sempre”.
Partido Socialista: “Portugal perdeu hoje o pai da Liberdade e da Democracia, a personalidade e o rosto que os portugueses mais identificam com o regime nascido a 25 de abril de 1974.Este é um momento de profunda dor para todos os socialistas, que sabemos partilhada por tantos e tantos portugueses, que reconhecem em Mário soares uma figura maior da nossa democracia”.
Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional da Madeira: “O Governo Regional da Madeira lamenta a morte do Dr. Mário Soares, e expressa sentidas e profundas condolências à família e amigos. Prestamos uma última e reconhecida homenagem a um português ilustre, Estadista que sempre lutou pela Democracia, dedicando uma vida inteira à causa pública, com relevantes serviços prestados ao País”.
Rui Nabeiro, empresário e comendador: “Um grande amigo, um homem extraordinário, afável e simples. É um momento de muita tristeza, de grande emoção, é duro receber esta notícia”.
Pedro Santana Lopes, antigo primeiro-ministro: “É um dia muito triste para Portugal. Mário Soares faz parte das pessoas que não quer que estejamos tristes, mas que lembremos o que ele fez na vida. Ninguém o vergava”.
Pedro Passos Coelho, antigo primeiro-ministro: “É um dia triste para todos os portugueses. Portugal perdeu um grande democrata, um político polémico. Será impossível escrever a História de Portugal das últimas dezenas de anos sem nelas encontrar referências múltiplas à intervenção política de Soares, em muitas ocasiões decisiva”.
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia: “A vida de Mário Soares confunde-se com a história recente de Portugal e com episódios marcantes do processo de construção da União Europeia. Foi orgulhosamente português, orgulhosamente europeu e com o seu desaparecimento Portugal e a Europa perdem um pouco de si”.
Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda: “Homenagear Mário Soares como escolheu ser retratado, por Júlio Pomar. O homem com tantas vidas como a nossa democracia. Contraditório, certamente. E sem esquecer nada, digo-vos que hoje escolho recordar com gratidão o homem que mandou a idade e o conforto às malvas para se levantar na Aula Magna, com toda a esquerda, na defesa do país contra a ‘troika'”.
Jorge Sampaio, antigo Presidente da República: “Foi preso, exilado, nunca perdeu o seu amor por Portugal. Sempre acreditou naquilo que era o interesse de Portugal e no que era estrategicamente vital para a democracia portuguesa”.
António Costa, primeiro-ministro: “Perdemos hoje aquele que foi tantas vezes o rosto e a voz da nossa liberdade. Mário Soares foi um homem que durante toda a sua vida se bateu pela liberdade, fê-lo contra a ditadura, sofrendo a prisão, a deportação e o exílio”.
Pessoas-Animais-Natureza (PAN): “Portugal perdeu uma das suas figuras políticas mais marcantes do século XX e XXI”, que deixa “um legado de dedicação e luta pela democracia ainda no Estado Novo e de fulgor na defesa de um estado social já depois da Revolução de Abril”.
Freitas do Amaral, fundador do CDS-PP: “Morreu o ‘Patriarca da Democracia’. Ninguém a encarnou melhor do que ele, antes e depois de 1974. À doutora Isabel Soares e ao doutor João Soares, nossos bons amigos, a minha mulher e eu enviamos as nossas mais sinceras condolências. Todos os Portugueses podem estar certos de uma coisa: Mário Soares não será esquecido; e quem não esquece, não morre”.
António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas: “Presto a minha homenagem a Mário Soares, certo de que figurará na nossa memória e na história do nosso país, como um homem livre que quis que todos nós vivêssemos em liberdade e que lutou toda uma vida para que isso fosse possível. Um dos raros líderes políticos de verdadeira estatura europeia e mundial, a quem os portugueses devem em grande medida, a democracia, liberdade e respeito pelos direitos fundamentais. Tomei conhecimento da morte do Dr. Mário Soares com profunda emoção e um agudo sentimento de perda “.
Lula da Silva, ex-presidente do Brasil: “Mário Soares foi um dos grandes homens públicos do século XX, não só de Portugal, mas da Europa e do mundo. Um homem comprometido durante toda a sua vida com as ideias do socialismo democrático e a construção de um mundo mais justo”.
PSOE, partido espanhol: “O Partido Socialista Operário Espanhol não poderá esquecer nunca o trato próximo, cúmplice e motivador que representou sempre Soares no nosso projeto democrático, primeiro, e na nossa incorporação na União Europeia, mais tarde. Uma figura histórica que transcende as ideologias com um legado que deve ser conservado neste momento em que os populismos ameaçam”.
Adriano Moreira, antigo líder do CDS-PP: “Depois do 25 de Abril, Portugal foi objeto de duas orientações, uma delas dominada sobretudo pelo Doutor Cunhal e a outra pela orientação da democracia em que hoje vivemos. Esta orientação foi vencedora e entre os vencedores um dos principais, ao lado do general Eanes, foi o doutor Mário Soares”.
Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República: “Morreu o militante número um da democracia portuguesa. Várias gerações tiveram o Mário Soares como um herói”.
Cavaco Silva, ex-Presidente da República: “Foi uma das personalidades mais marcantes do séc XX português. Semper reconheci as qualidades políticas do Dr. Mário Soares. Como se dizia, era um verdadeiro ‘animal político’, como tive oportunidade de testemunhar várias vezes. Portugal deve-lhe muito. Portugal está de luto, os portugueses, todos os portugueses, estou certo, hoje estão de luto. Portugal perdeu um dos maiores políticos do século XX. Eu quero transmitir à família o sentimento de profundo pesar e as minhas condolências”.
Francisco Pinto Balsemão, fundador do PSD e antigo primeiro-ministro: “É um amigo que vem dos tempos de Salazar, foi aí que nos conhecemos. (…) A nossa amizade durou nas várias etapas da vida dele e da minha até hoje. Mário Soares vai fazer-me muita falta a mim e a todos também, sobretudo aos que acreditam na liberdade, na democracia e na Europa”.
Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril: “Portugal perdeu um dos seus principais cidadãos, um lutador intemerato e incansável pela liberdade, pela democracia, pela justiça, pela igualdade, pela paz, pela solidariedade, isto é, pelos direitos humanos. A Europa perdeu o principal obreiro da adesão de Portugal à União Europeia, tal como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa vê partir quem, depois de ter contribuído decisivamente para o fim do colonialismo e para a consumação das independências, foi o grande impulsionador da organização que esses oito países construíram”.
François Hollande, presidente francês: “Com o desaparecimento de Mário Soares, a democracia portuguesa perdeu um dos seus heróis, a Europa um dos seus grandes líderes e a França, que o acolheu no exílio durante a ditadura de Salazar, um amigo de sempre”.
Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS: “Uma figura impar e inesquecível e um “combatente pela conquista da Liberdade e pela consolidação da Democracia. Soares é fixe. Até Sempre, Mário Soares”.
Martin Schulz, presidente do Parlamento Europeu: “Com a morte de Mário Soares, Portugal e a Europa perdem grande estadista e um visionário, cujo legado vai perdurar, pois o antigo Presidente da República é uma inspiração. Como progressista, Soares é mais que uma figura histórica: é uma inspiração. Promoveu a liberdade, a igualdade e a dignidade. O seu legado vai perdurar “.
Felipe VI, rei de Espanha: “A sua tarefa e legado político em Portugal e o seu papel decisivo no sucesso da transição democrática da sociedade portuguesa converteram-no num dos grandes líderes portugueses e europeus do último século”.
Vasco Cordeiro, presidente do Governo dos Açores: “A importância da figura do doutor Mário Soares torna este um momento de uma perda incalculável para o nosso país, pelos valores que defendeu, antes e depois da democracia no nosso país, pela forma como se comprometeu com esse combate, dando um exemplo de empenhamento, o impacto que teve também no moldar do Portugal democrático, todos estes factos tornam o doutor Mário Soares num gigante do século XX português”.
José Manuel dos Santos, dirigente socialista: “Foi, ao longo da sua vida, um socialista democrático instintivo, que amou e lutou pela liberdade e que configurou e consolidou a democracia portuguesa”.
Dilma Rousseff, presidente destituída do Brasil: “Mário Soares era um militante da liberdade, adorado pelo povo e respeitado pelos adversários. A sua vida dedicada à política e à democracia de Portugal é um exemplo para o mundo de que é possível construir uma sociedade democrática e igualitária para todos”.
PSD: “Mário Soares deverá ser recordado enquanto defensor da liberdade e da democracia, apesar de decisões que tomou que não terem sido isentas de erros ou de polémicas. Com a morte do doutor Mário Soares, hoje ocorrida, desaparece alguém que sempre será recordado como uma das personalidades mais marcantes da história contemporânea de Portugal. (…) Viveu uma vida muito rica e multifacetada, tendo deixado uma marca profunda em todas as funções que exerceu, fosse na sua vida profissional, como advogado (em que se notabilizou na defesa dos perseguidos políticos), fosse na sua atividade política, em que merecem destaque o exercício de funções como Presidente da República durante dez anos e como primeiro-ministro de três Governos Constitucionais”.
Maria Manuel Leitão Marques, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa: “Perdeu-se uma personalidade que faz parte da história (…) De Mário Soares guardo a imagem da liberdade, mas guardo também a imagem do empenhamento social, porque não basta a liberdade para que o país seja livre”.
Felipe Gonzalez, ex-presidente do Governo espanhol e ex-lider do PSOE: “No momento da sua morte, a melhor homenagem a este patriarca da Democracia portuguesa, é recordar a sua firmeza, a sua coragem política, inclusivamente nos momentos em que muitos baixaram os braços e viram como inevitável a chegada de uma ditadura militar comunista”.
Helena Roseta, deputada e presidente da Assembleia Municipal de Lisboa: “O Dr. Mário Soares foi um homem que mudou a história de Portugal, da Europa e do mundo e, no que me diz respeito, mudou a minha vida”.
José Sócrates, ex-primeiro-ministro: “Um grande companheiro político e amigo, um dirigente político carismático, que certamente ficará para a História. Teve uma vida política rica e diversificada. Foi um dos grandes combatentes pela liberdade e pela democracia”.
Luís Marques Mendes, antigo líder do PSD: “Mário Soares foi a maior figura da democracia portuguesa. Do meu ponto de vista, o doutor Mário Soares foi a maior figura da democracia portuguesa pelas suas qualidades políticas que ele evidenciou e que do meu ponto de vista são sobretudo a coragem política, a visão e o sentido estratégico e a sua enorme intuição”.
Jorge Carlos Fonseca, presidente da República de Cabo Verde: “Há um sentimento de tristeza que nos invade pois desaparece uma das grandes figuras, das mais relevantes da política e da História portuguesas, mormente da sua democracia. Diria mesmo uma grande figura da democracia europeia e uma personalidade que tem uma ligação muito próxima com Cabo Verde e com o processo que conduziu à independência do país em julho de 1975”.
Nicolás Maduro, presidente da Venezuela: “O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em nome do Governo e povo venezuelano, expressa os mais sentidos pêsames ao Governo da República Portuguesa pelo sensível falecimento do ex-Presidente e ex-primeiro-ministro Mário Soares (…)o Governo bolivariano estende as suas palavras de solidariedade ao irmão povo português e em especial aos familiares e amigos do Dr. Mário Soares, líder histórico socialista e baluarte da liberdade e da democracia“.
Governo do México: “O México reconhece o trabalho de Mário Soares como o de um estadista que durante mais de 40 anos lutou pelo bem-estar do povo português, participando na transição democrática de 1974 e liderando os esforços para a entrada de Portugal na União Europeia (…) a figura de Mário Soares vai ser recordada como uma referência do compromisso para com a promoção de ações para uma maior justiça e igualdade”.
Rui Maria de Araújo, primeiro-ministro timorense: “Timor-Leste perdeu um dos seus melhores amigos e defensores. Paz à sua alma e as mais sentidas condolências à família e ao povo português. Lamentamos a sua partida, mas a existência de Timor-Leste como Estado e Nação é testamento da grandiosidade de Mário Soares que desde os momentos mais difíceis da luta pela autodeterminação de Timor-Leste na década dos oitenta soube ser solidário e defensor dos direitos do povo maubere”.
Sigmar Gabriel, líder do Partido Social-Democrata alemão (SPD): “Mário Soares foi sempre um amigo especial da Alemanha e do meu partido, o SPD. A sua amizade extraordinária com Willy Brandt, bem como a criação do Partido Socialista Português em 1973 na Academia da Fundação Friedrich Ebert em Bad Münstereifel, concederam um estatuto especial à amizade e parceria entre o SPD e o PS, que persiste até hoje. Lembro Mário Soares como um democrata convicto e europeísta empenhado. Agora, mais do que nunca, é um dever defender o seu legado de uma Europa unida em paz e liberdade contra o populismo e o nacionalismo”.
Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social democrata (MLSTP-PSD): “Neste momento ímpar de dor e de pesar, os dirigentes, militantes, simpatizantes e amigos do MLSTP-PSD vergam-se em homenagem à memória deste ilustre cidadão lusófono e endereçam à família enlutada, ao PS e ao povo português as suas profundas condolências”.
Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu: “Recordo o papel essencial que Mário Soares desempenhou na consolidação da democracia portuguesa – enquanto primeiro chefe de governo constitucionalmente eleito, e Presidente da República – e como impulsionador da adesão de Portugal às Comunidades Europeias”.
Chui Sai On, chefe do Executivo de Macau: “É com sincero respeito que expresso o meu pesar sobre o falecimento do ex-Presidente da República portuguesa, Dr. Mário Soares, e endereço as mais sentidas condolências à sua família”.
As reações do mundo político à morte de Mário Soares
Antigo Presidente da República morreu este sábado, 7 de janeiro, aos 92 anos.
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