Na vida de Cláudia Vieira, de 38 anos, tudo é feito com ponderação, dedicação e muito amor. Apaixonada pelo seu trabalho, a atriz e apresentadora abraça cada projeto como se fosse o primeiro. Por isso, foi com muita satisfação que aceitou o desafio para tomar conta das noites de domingo ao lado de João Paulo Rodrigues, com o programa Agarra a Música.
Igualmente realizada a nível pessoal junto do namorado, João Alves, e da filha, Maria, de seis anos, fruto do seu relacionamento com Pedro Teixeira, Cláudia planeia voltar a ser mãe e até confessa que não se importava se fosse de gémeos.
– Que belo início de ano com o novo programa da SIC…
Cláudia Vieira – É verdade. [risos] Este já era um programa aguardado. A apresentação já fazia parte da minha vida para esta fase, era só ainda incerto o momento. Estou super entusiasmada com este projeto.
– Agora partilha o palco com o João Paulo Rodrigues. Que tal?
– Está a correr muito bem. Ele é uma pessoa muito bem disposta, disponível, descontraída e pura. Acho que vamos puxar pelo melhor um do outro e confio que seremos uma boa dupla.
– Assumir o horário nobre de domingo à noite traz uma responsabilidade acrescida?
– Claro. As audiências num programa conduzido por nós são muito importantes, mas o fundamental é oferecer um bom programa ao público. Este programa é muito divertido, dinâmico, com muitas surpresas e acho que vai prender os telespectadores.
– Tem sabido conjugar a representação com a apresentação. É uma situação ocasional ou pretende mantê-la?
– Tem sido uma coisa estruturada. Apesar de haver coisas que nem sempre dependem de nós, uma carreira deve ser pensada. Há ‘nãos’ necessários, projetos que, mesmo que não acrescentem muito, devem ser aceites e tudo deve ser muito bem pensado. Este era um objetivo meu e felizmente aquilo que o canal tem tido para me propor vai ao encontro do que eu gostaria, que era alternar entre ambas as coisas. Nunca quis estar muito tempo afastada da apresentação, para não perder aquilo que tenho vindo a adquirir.
– Referiu que há alturas na carreira em que é necessário dizer não. Foi o crescimento enquanto mulher e atriz que trouxe essa necessidade?
– Sim. As portas que se têm aberto na minha carreira são felizes. Sou de uma entrega gigante e acho que também faço para que assim seja, mas também é preciso saber dizer não. Houve uma altura que teve a ver com tempo, era impossível coincidir com determinados projetos, depois, tem também a ver com a qualidade de um projeto ou com o objetivo que tenho para o meu caminho. Muitas vezes também digo que não para não ‘gastar’ a minha imagem. As minhas recusas não se aplicam só a projetos, mas também a campanhas, a marcas e ações. Num país como o nosso, em que somos relativamente poucos, mas ao mesmo tempo imensos a trabalhar nesta área, temos de ter as coisas muito bem geridas. Mas nunca é com leveza que recuso alguma coisa, é sempre ponderado e com as justificações certas.
– A nível pessoal, também lhe é fácil dizer que não?
– Também. Acho que até é mais fácil. Não o faço com leveza, mas acho que profissionalmente é mais complicado. Tenho muita noção de quem sou, por quem estou rodeada e para onde me dirijo.
– Nas fases de mais trabalho, como esta, como compensa a Maria?
– Como sempre. Há um gestão muito cuidadosa do tempo e não me coloco na posição em que me possa sentir má mãe por estar mais ocupada em determinada altura. Tenho plena consciência de que tenho feito tudo o que acho correto. Faço uma gestão cuidadosa e abdico muitas vezes de tempo para mim quando estou com um projeto que me exija mais tempo. Logo a seguir, a compensação é total e a dedicação a ela também, pois preciso disso para o meu bem estar e o dela. Sou uma mãe extremamente presente e dedicada. Apesar da pessoa desorganizada que sou, sou bastante organizada na gestão do meu tempo com a Maria.
– Ela alguma vez lhe exigiu mais atenção ou entende a sua dedicação ao trabalho?
– Os miúdos são muitas vezes injustos e duros e não têm essa capacidade. A Maria é muito agarrada a mim e eu a ela, e ela cobra-me isso. Há dias em que estou mais sensível e isso toca-me mais, há outros em que não ligo. Sei que o que ela quer é mimo e a maioria das vezes nem se justifica a reação dela. Acho que tem de haver uma coerência muito grande e eu sou coerente e sei lidar com a sensibilidade e o feitio da Maria muito bem.
– É fácil controlar assim o coração?
– Não é. Mas eu faço por me sentir bem comigo mesma e tento dar atenção a tudo. Quando não consigo, sei que dei o meu máximo e isso também ajuda.
– Que balanço faz do ano que terminou?
– Por vezes temos dificuldade em perceber porque é que as coisas acontecem em determinado momento e refiro-me a isso a nível pessoal e profissional. O que sinto é que a vida me tem encaminhado para o que é certo. Com mais entendimento da minha parte ou não, quando chego a esta fase, em que olho para o ano que passou e tento entendê-lo, percebo que tudo faz sentido. Estes últimos dois anos foram mais calmos profissionalmente e eu precisava que fossem assim. Este ano estou a prever que vai ser uma verdadeira loucura. Agora estou a fortalecer-me, porque sei que vou precisar de energia para o que aí vem. Serão muitos projetos.
– Referiu que apesar de algumas adversidades a vida a tem levado para os caminhos certos. O João faz parte desse caminho?
– [risos]. Eu não falo sobre o João, não falo sobre a minha vida pessoal e o motivo tem a ver com o respeito por mim própria.
– Ambos têm protegido ao máximo a vossa relação e só há pouco tempo começaram a surgir discretamente nas respetivas redes sociais…
– Fazer parte deste meio não permite ter uma vida pessoal intacta, mas quero protegê-la ao máximo. Tenho a experiência de uma relação que foi muito mediática e de repente a minha vida pessoal virou uma telenovela. Só me estou a defender para que isso não aconteça. A verdade é que, apesar de entender a curiosidade da imprensa e do público em relação a esse assunto, também têm de compreender que a experiência da vida me ensinou a ser mais discreta. Eu adorava mostrar a Maria, por exemplo, e não o faço. É uma questão de proteção daquilo que é mais meu.
– Então não vale a pena perguntar se a vinda do João para Lisboa está a ser positiva para ambos?
– [risos]. Não, isso seria um contrassenso da minha parte e eu sou uma pessoa sensata. Posso dizer que estou feliz, a passar uma fase de muita realização e sabedoria e que sou uma pessoa mais forte, estável, tranquila e até divertida.
– É sabido que quer voltar a ser mãe.
– Sim, é verdade, e não me importava de ser mãe de gémeos, por exemplo, mas não é nada que esteja a planear num futuro próximo.
– A idade não poderá fazê-la apressar a maternidade?
– Não vivo a pensar nisso, pelo menos para já. Se calhar daqui a três ou quatro anos poderei sentir essa pressão, mas para já, não. A minha filha tem seis anos e se gostava que ela tivesse tido irmãos com um intervalo mais curto, gostava, mas eu também gostava de ter sido mãe mais cedo.
– E ela gostava de ter irmãos?
– Sem dúvida. Tenho a certeza que ela gostava de ter irmãos e eu tenho a certeza que gostava de lhe dar irmãos. Se isso vai acontecer, não sei.
Cláudia Vieira garante: “Hoje estou feliz e mais forte”
“Quero voltar a ser mãe e não me importava de ser mãe de gémeos, por exemplo, mas não é nada que esteja a planear num futuro próximo.”