Por estes dias, tive algumas experiências surreais. Se alguém me dissesse que um dia me sentaria em tribunal para falar da vida íntima e profissional da Bárbara Guimarães, eu diria que isso era impossível.
Conhecemo-nos há muito tempo. Tive o prazer de a ‘praxar’ no dia em que ela entrou para a SIC, num programa chamado A Noite da Má Língua.
Assisti de perto aos seus sucessos, partilhámos gargalhadas e alguns momentos felizes. Tivemos muitas conversas sobre a paixão que a nossa profissão nos suscitava. E, sempre que falávamos do destino ou do futuro, a Bárbara falava-me da avó.
Uma senhora magnífica que ela adorava e que lhe tinha ensinado o valor da palavra dignidade. Tudo isto me veio à cabeça quando eu estava sentada no banco das testemunhas do tribunal. Convocada pela defesa da Bárbara, para falar da minha colega de profissão. Dignidade. O valor absoluto de um indivíduo, homem ou mulher, e que foi roubado à minha amiga. Publicamente, Bárbara Guimarães foi espoliada deste bem. No seu círculo pessoal e privado, a sua verdade e a sua dignidade jamais lhe serão roubadas.
Contudo, este é um tempo da crueldade desmesurada, da indiferença e da maldade.
Uma mentira mil vezes repetida transforma-se numa verdade. Na arena pública, devora-se o património profissional e público de um cidadão. Tudo com a ligeireza com que se bebe um copo de água. E é aqui nesta encruzilhada que se encontra esta mulher, exposta ao veneno de um homem, à sua maldade e ao desejo absurdo de uma vendetta que não se sabe onde acabará. Mas sabemos que, seja lá qual for o fim, o conflito entre estes dois cônjuges tem de ser amplificado, gritado em todos os órgãos de comunicação que não tiveram pudor em publicar as declarações de um homem que não soube proteger os filhos da avidez da devassa pública.
O prémio para este péssimo desempenho parental é a humilhação de uma mãe, lançando atoardas e insinuações, ofensas, humilhando tudo e todos, com a baba do rancor e de uma raiva sem fim. Bárbara cometeu dois pecados num único momento: não soube escolher o homem com quem se casou e, pior que tudo, não percebeu quem era o homem de quem se ia divorciar.
Acontece a muita gente, mas raramente vi tanta obstinação em ferir e deixar marcas fatais numa existência que só pede a normalidade.
Compete à Justiça descobrir a verdade.
Esperamos ardentemente por ela. Fui a tribunal impelida pelo desejo de contribuir para o apuramento dos factos e de denunciar os danos que este processo atroz provocou na vida desta mulher, que tem a vida estilhaçada, um filho longe dos braços dela e uma tristeza que disfarça com esforço.
Para minha grande perplexidade e espanto, vi as minhas declarações serem distorcidas e retiradas de contexto. Para ela ser ferida mais uma vez… Este é o problema da mentira e é uma bactéria que infeta tudo à volta.
Mais uma experiência-limite para mim, profissional desta área. Nunca vi um tal desrespeito pelas mais elementares regras da atividade. Restou-me o consolo de saber que os amigos não falham à volta desta mulher. Que será protegida na sua esfera mais próxima.
Bárbara é uma valente, tem aguentado estoicamente o turbilhão. Sorri quando o coração sangra, e um dia vamos de novo vê-la inteira. Sem medo de ser perseguida, sem ser humilhada pelo pai dos seus dois filhos. Esta é a minha esperança e o meu mais profundo desejo.
Eu reitero a esperança, que todos temos. De que no caso da Bárbara, e em todos aqueles em que se avilta e maltrata, a mentira não vencerá!
Clique aqui para aceder ao site de Júlia Pinheiro
‘A Crónica da Má Língua: A Mentira no caso de Bárbara Guimarães’, por Júlia Pinheiro
Esta e outras crónicas em julia.pt.